Este encontro aconteceu no Museu dos Baleeiros, que Marcelo Rebelo de Sousa visitou ao final do dia, e onde assistiu a um filme de 1969 sobre a história desta caça artesanal na ilha do Pico, que o deixou impressionado. "Sensacional", comentou.
Manuel, Eduardo, António José, Almerindo e Fernando foram alguns dos antigos baleeiros que o chefe de Estado conheceu, e com quem tirou fotos, junto aos respetivos retratos, a preto e branco, que faziam parte da exposição "Rostos de Sal", do fotógrafo alemão Kai-Uwe Franz.
"São grandes fotografias", elogiou Marcelo Rebelo de Sousa.
À conversa com Fernando Vieira, já com 81 anos, o Presidente da República perguntou-lhe "o que é que sentia quando lançava", ao que o antigo baleeiro respondeu: "Prazer".
"A sério? E medo?", inquiriu o Presidente. "Medo havia, mas tinha de ser", respondeu Fernando, que durante mais de três décadas participou na baleação, atividade proibida nos anos 1980.
O chefe de Estado quis ainda saber se Fernando "acertava, normalmente", quando lançava o arpão aos cachalotes. "Graças a Deus, sim", disse o homem.
Junto ao retrato de Almerindo, Marcelo Rebelo de Sousa destacou o grande bigode que o baleeiro tinha, e que ainda se mantém, mas mais curto: "Ficava melhor assim", considerou.
Almerindo explicou-lhe que é a mulher quem lhe apara o bigode, e então o Presidente aconselhou: "Tem de lhe dizer que está a cortar-lhe a mais o bigode. Não pode ser. Há coisas em que um homem não pode ceder à mulher, e o bigode é uma delas".
A ilha do Pico foi a quarta visitada pelo chefe de Estado, que está nos Açores desde quinta-feira, para visitar, em seis dias, sete das nove ilhas do arquipélago - Corvo, Flores, Terceira, Pico, Graciosa, Faial e São Jorge, por esta ordem - e todos os seus doze concelhos.