Lançado em 2021, o programa Proinfância acompanhou, ao longo desse período, 1.245 crianças e adolescentes e 821 famílias em situação de vulnerabilidade económica e risco de exclusão social.
O balanço foi feito hoje pela Fundação"la Caixa", responsável pelo projeto que acompanha crianças e jovens, em articulação com entidades sociais, escolas e autarquias, focado no desenvolvimento de competências sociais e educativas para "quebrar o ciclo intergeracional da pobreza".
"O programa tem uma abordagem muito global. (...) Implica resolver, ou pelo menos, contribuir para a resolução dos problemas das famílias onde essas crianças estão inseridas", explicou à Lusa o assessor científico do Programa Proinfância em Portugal, Carlos Farinha Rodrigues.
O apoio faz-se, por isso, em várias vertentes e nos últimos quatro anos foi fornecido material escolar a 387 crianças e adolescentes, 798 beneficiaram de um reforço educativo e 833 tiveram formação durante os tempos livres.
Também no âmbito educativo, 87 crianças e adolescentes receberam apoio familiar, mas o programa olha igualmente para questões como o bem-estar e saúde mental e, nesse âmbito, foi garantido apoio psicoterapêutico a 364 jovens.
"É um programa integrado que parte do pressuposto que o problema da pobreza das crianças e dos jovens é, obviamente e em primeiro lugar, um problema de falta de recursos. São eles que determinam que essas crianças estão em situação de pobreza, mas é muito mais que isso", sublinha Carlos Farinha Rodrigues.
Entre as mais de 1.200 crianças e jovens acompanhados, 30 receberam ainda óculos ou aparelhos auditivos, 38 receberam produtos de higiene e 60 famílias receberam alimentos para bebés.
"É um trabalho que é feito apelando, em primeiro lugar, às famílias, às instituições sociais que acompanham as crianças, mas também há aqui um grande esforço de envolver as escolas, as autarquias locais e todas aquelas instituições que possam ser mobilizadas para mitigar as situações de precariedade social em que estas crianças vivem", acrescenta o assessor científico, para quem a pobreza infantil é o "fator mais preocupante" da realidade social portuguesa.
Para Carlos Farinha Rodrigues, a resposta deve partir, desde logo, das políticas públicas, mas também de iniciativas individuais.
"Cabe a cada um de nós", defendeu, considerando que iniciativas como o Programa Proinfância "podem constituir um atributo importante para atenuar as condições de vulnerabilidade e reduzir as condições de pobreza".
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