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Processo termina "sem às de trunfo, nem rei, nem Marquês... Só duques"

Advogado de Sócrates afirma que investigação a Sócrates termina sem que seja apresentado aquele que era supostamente o "às de trunfo da investigação: a lista de beneficiários das luvas brancas da PT".

Processo termina "sem às de trunfo, nem rei, nem Marquês... Só duques"
Notícias ao Minuto

20:44 - 14/03/17 por Andrea Pinto com Lusa

País João Araújo

Os advogados de José Sócrates protagonizaram esta noite uma conferência de imprensa, para falar sobre a Operação Marquês em que o antigo primeiro-ministro é arguido.

João Araújo começou por afirmar que terminou às 24 horas de ontem o prazo de 180 dias dado pela Procuradora Geral da República (PGR) para o encerramento do inquérito, período findo o qual, ainda não foi divulgada a esperada lista de beneficiários do processo da PT.

Havia uma grande expetativa, pelo menos da nossa parte, de ver uma lista de beneficiários de luvas no assunto da PT, uma lista com muitas pessoas que tinham sido beneficiadas no processo da PT. Fui ontem com grande esperança ver essa lista. [Mas a] lista não apareceu”, disse o advogado, sublinhando que o que “nos foi respondido foi que não havia lista nenhuma, tal como eu também desconfiava”.

Por sua vez, Pedro Delille defendeu que “este processo não devia ter sido iniciado sem fundamento”, acrescentando João Araújo que “o senhor engenheiro José Sócrates arrastou até ao último momento este processo injusto e sem fundamento nenhum”.

Não deixa de ser um excelente resumo que o último ato deste processo tenha sido um interrogatório assente como tudo mais no mais absoluto vazio. O processo termina como começou: sem fatos, nem provas. Nem sequer apareceu a anunciar a lista, o dito às de trunfo da investigação. Nem o às, nem o rei, nem o marquês... só duques", disse o advogado.

A defesa de José Sócrates alegou também que o prazo dado pela procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, para concluir o inquérito à Operação Marquês terminou à meia-noite de segunda-feira, embora noutros meios se tenha falado no dia 17 de março, e fez saber que requereu a notificação do despacho de arquivamento.

"Requeremos hoje à PGR para sermos notificados do despacho de enceramento do inquérito. Todos os atos praticados depois do dia 13 são indiscutivelmente ilegais", disse João Araújo.

Na opinião da defesa do ex-primeiro-ministro, "o inquérito da 'Operação Marquês' terminou", pelo que "a Procuradora-Geral da República tem de notificar os advogados do despacho de arquivamento", considerando que todos as diligências realizadas após segunda-feira "são ilegais".

"Só se pode prorrogar o que estiver em prazo e o prazo terminou ontem [segunda-feira]. Talvez o Ministério Público tenha pensado que isto é o da Joana, mas não é, é a lei", acrescentou.

Questionados os advogados sobre o que pretendem fazer caso na sexta-feira fossem confrontados com a acusação de José Sócrates, Pedro Delille explicou que irão fazer uma reclamação do ato da PGR para o juiz de instrução, neste caso Carlos Alexandre, se o inquérito não for "encerrado já".

"Entendemos que a atividade do MP no inquérito, quando viola direitos fundamentais, é sujeita ao controlo do juiz de instrução, considerando que a decisão da procuradora é ilegal está viciada e deve ser corrigida", vincou.

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