Utentes em Bragança não notam efeitos da greve na área da saúde
O atendimento e prestação de serviços estão hoje a decorrer sem consequências aparentes da greve na saúde em duas unidades de Bragança, segundo testemunhos recolhidos pela Lusa de utentes, que não notaram efeitos da paralisação.
© Pixabay
País Trás-os-Montes
Nas portas de entrada do Centro de Saúde de Santa Maria, em Bragança, sobressaem os avisos da greve, porém no interior do edifício a Lusa constatou que os serviços estão a decorrer normalmente, assim como no Hospital de Bragança, o maior do distrito transmontano.
Por volta das 10:00, o painel das senhas marcava o número 78 na área onde são realizados exames complementares de diagnóstico como análises e raio X e nos pisos de consultas o atendimento estava a ser feito de forma "rápida".
"Até estão a chamar rápido", afirmou, André Amaral, que foi hoje marcar uma consulta ao médico de família e, enquanto esteve no local observou que "foram chamadas várias pessoas para a consulta".
Num piso inferior do Centro de Saúde, o casal Leonel e Antónia Pires, já tinham feitos análises e aguardavam pelo raio-x.
"Aqui tem estado tudo a funcionar", garantiu Antónia, acrescentando: "ainda bem" por que para quem se desloca das aldeias, como este casal fez a viagem de Rio Frio, "não é nada bom" chegar e não ser atendido.
Maria Teresa Xavier estava surpreendida hoje de manhã na sala de espera das consultas externas do Hospital de Bragança, mas por ver tão poucos doentes".
Espera encontrar a sala mais cheia.
Só soube da greve já em viagem de Mogadouro para Bragança, a acompanhar o marido para uma consulta de especialidade.
Ainda assim, confirmou não ter encontrado dificuldades, pois já tinham confirmado a consulta nos serviços administrativos e aguardavam apenas pela chamada do médico.
Contactada pela Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, informou, através do Gabinete de Comunicação, que "não forma sentidos constrangimentos de maior" com a greve.
A responsável por todos os serviços de saúde na região, indicou que "a taxa de adesão à greve foi de 12%" em todo o distrito de Bragança.
Das consultas programadas para o dia de hoje "foram realizadas 90%", segundo ainda aquela entidade.
Os trabalhadores da saúde estão hoje a cumprir uma greve a nível nacional para reivindicar a admissão de novos profissionais, exigir a criação de carreiras e a aplicação das 35 horas semanais a todos os funcionários do setor.
Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, a paralisação pretende ainda reclamar que terminem os cortes nos pagamentos das horas de qualidade e do trabalho suplementar.
A criação da carreira de técnico auxiliar de saúde é um dos motivos centrais da greve, que pretende ainda a revisão e valorização das carreiras de técnicos de diagnóstico e terapêutica e a garantia de que a carreira de técnico de emergência pré-hospitalar tem de imediato a respetiva revalorização salarial.
É ainda reivindicado o pagamento do abono para falhas e a aplicação do vínculo público de nomeação a todos os trabalhadores do SNS.
Sobre a exigência da admissão de mais trabalhadores, a Federação de Sindicatos estima que estejam em falta no SNS cerca de seis mil funcionários auxiliares e administrativos.
A greve abrange todos os trabalhadores de saúde, mas é destinada a todos os trabalhadores da saúde que não sejam médicos ou enfermeiros, apesar de estes profissionais poderem aderir caso o entendam.
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