"Em Lisboa não estamos à espera de outro tempo ou de outro vento. Em Lisboa estamos a agarrar todas as oportunidades para construir um futuro melhor", vincou o responsável.

Falando na cerimónia comemorativa da Implantação da República, que decorreu na Praça do Município, o autarca socialista defendeu que, "ultrapassada a fase de normalização e restabelecidos os laços de confiança com o país, é chegada a hora de uma nova mobilização", para "o desenvolvimento, para o progresso e para o bem-estar dos portugueses".

Por isso, apontou como "fatores chave" a educação, a ciência, a tecnologia, a cultura, a inovação, a abertura e a coesão".

"Lisboa hoje é lugar central destas dinâmicas", advogou.

Como exemplo, Fernando Medina indicou que a autarquia está a "aproveitar a Web Summit [feira de tecnologia que decorre na cidade em novembro] para atrair investimento de base tecnológica, para apoiar a internacionalização das empresas e para alargar a base e a cultura empreendedora da cidade".

"Ao mesmo tempo, estamos a antecipar os processos de deslocalização empresarial na Europa para reforçar o emprego nos serviços tecnológicos financeiros a partir de Portugal", disse.

No que toca a outras áreas, "estamos a aproveitar o crescimento do turismo, o dinamismo da reabilitação urbana e a visibilidade internacional de que agora dispomos para requalificar e modernizar mais rapidamente a cidade, investir na sua sustentabilidade e na atração de novos residentes", enumerou.

Ainda assim, o responsável reconheceu que estão a surgir "novas desigualdades e novos riscos", que Lisboa está a antecipar, ao criar "novas respostas às diferentes formas de exclusão".

"A par do investimento na requalificação da habitação social nos bairros municipais, estamos a lançar as bases da mais ambiciosa política pública de habitação das últimas décadas [...], agora dirigida às classes médias", referiu.

Fernando Medina abordou também o alargamento do pré-escolar a "todos na idade dos quatro anos", a expansão da "rede de creches nos níveis recomendados" e a aposta no "ensino secundário para todos e na formação superior para um número maior".

Acresce que "a atividade, a segurança e o conforto da população idosa estão no centro das políticas da cidade", adiantou.

Falando aos jornalistas à margem da cerimónia, o autarca assinalou a importância de "políticas sociais que assegurem a coesão e a integração na cidade de Lisboa".

"Se nós não tivermos uma sociedade coesa, teremos problemas de fratura social e do próprio processo de crescimento da economia", salientou.

Referindo-se ao discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu que o exemplo dos que exercem o poder é fundamental para que o povo continue a acreditar na República, Fernando Medina disse rever-se nas palavras do chefe de Estado.

"Sei bem o privilégio que tenho de ser presidente da Câmara de Lisboa e sei que tenho de servir bem a cidade porque a confiança que foi outorgada a este executivo tem de ser merecida, tem de ser renovada, e isso faz-se cumprindo o programa de Governo, com proximidade, com humildade e percebendo que estamos aqui, temporariamente, a exercer as funções em nome do povo", adiantou.