A empresa, que iria construir a barragem, vai disponibilizar cerca de seis milhões de euros para apoiar diversos investimentos, sendo cada um dos municípios beneficiado com uma verba de cerca de 1,5 milhões de euros.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Mangualde e porta-voz dos quatro municípios, João Azevedo, "o acordo não está fechado" e o valor atribuído a cada autarquia "pode ser maior".
"Espero que sejam mais umas centenas de milhares de euros para cada concelho", disse.
João Azevedo adiantou que cada município "decidiu a sua estratégia para o investimento".
"Fomos para projetos onde temos mais necessidade de investimento numa zona de proximidade ao espaço de intervenção e optámos por projetos que não são financiados neste quadro comunitário, ou que nesta primeira fase não estão com tanta eficácia no cofinanciamento", afirmou, referindo-se ao caso de Mangualde.
Os investimentos no concelho serão feitos "na reabilitação de espaços rodoviários, porque aproxima as populações à sede de concelho", e também "na reabilitação de zonas industriais".
"O nosso objetivo é investir naquilo que é a nossa prioridade", acrescentou.
Apesar de estarem satisfeitos com os protocolos hoje assinados, os autarcas lamentam a decisão de não construção da barragem de Girabolhos.
"Naturalmente que a expectativa que foi criada ao longo dos anos para que este investimento fosse feito não consegue ser apagada. Efetivamente não há essa possibilidade de recompensa", referiu João Azevedo.
Para o presidente de câmara, "o retorno de toda a atividade económica que ia acontecer não é reposto".
"No entanto, esta era uma situação que tinha que ser feita para terminar o processo. Foi feito dentro de todo o enquadramento de boa convivência e do bom relacionamento. O processo foi extremamente bem conduzido até ao fim", afirmou.
Os protocolos foram assinados no Ministério do Ambiente, em Lisboa, na presença do ministro, João Matos Fernandes, e dos secretários de Estado do Ambiente e da Energia.
O ministro comprometeu-se a reunir-se "depois do verão" com os representantes dos quatro municípios e sublinhou que o ministério "dá particular atenção a investimentos de abastecimento de água".
O Governo anunciou em abril o cancelamento da construção das barragens do Alvito (no rio Tejo), que abrange os concelhos de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão, e de Girabolhos, no rio Mondego, enquanto a construção da barragem do Fridão, no rio Tâmega, no concelho de Amarante, foi suspensa por três anos.
O Ministério do Ambiente indicou então, em comunicado, que na base da decisão estavam critérios jurídicos e financeiros, expectativas dos municípios abrangidos, metas das energias renováveis e descarbonização da economia portuguesa.
A barragem de Girabolhos, no rio Mondego, abrangeria os municípios de Gouveia e Seia (distrito da Guarda), Nelas e Mangualde (Viseu).