Polícias condenados por agressão recorrem para o Constitucional

Os dois agentes da PSP condenados por agressões a um estudante alemão reclamaram da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, que ordenou a prisão efectiva dos polícias, disse esta quinta-feira à Lusa o seu advogado.

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Lusa
28/03/2013 15:53 ‧ 28/03/2013 por Lusa

País

Justiça

Santos de Oliveira adiantou que já apresentou uma reclamação ao acórdão do Tribunal Relação de Lisboa (TRL), que determinou o trânsito em julgado da condenação a quatro anos de prisão efectiva imediata aos dois polícias.

Segundo o advogado, a reclamação tem efeitos suspensivos quanto à aplicação da pena de prisão, ao mesmo tempo que vai interpor um recurso para o Tribunal Constitucional, o qual tem também efeitos suspensivos.

Santos de Oliveira referiu que este acórdão do TRL teve que ser rectificado, depois de na primeira versão a juíza se ter enganado no nome dos arguidos e de o erro ter sido mandado rectificar pelo plenário do tribunal, o que demorou quatro meses.

Este incidente está relatado na reclamação apresentada pela defesa.

O advogado lamenta ainda que os polícias, cuja liberdade está em risco, não possam recorrer da decisão do TRL para o Supremo Tribunal de Justiça porque a lei impede recursos de pena de prisão inferiores a cinco anos.

Santos de Oliveira acrescentou que os dois polícias são também alvo de processos disciplinares na Inspecção-Geral da Administração Interna, que estão parados à espera da conclusão do processo-crime.

O advogado reiterou que os dois agentes da PSP agiram de acordo com o procedimento que era normal na esquadra das Mercês, no Bairro Alto, em Lisboa, mas que o comandante da esquadra ao ser ouvido como testemunha em tribunal não confirmou tal procedimento, o qual era do conhecimento de todos os polícias da esquadra.

Contactado pela agência Lusa, o advogado do estudante alemão, Carlos Paisana, disse que o acórdão do TRL, datado de segunda-feira, confirma a condenação “inédita” a prisão efectiva da primeira instância.

Quanto às diligências interposta agora pela defesa dos polícias, Carlos Paisana salientou que neste momento é difícil obstar da decisão do acórdão.

O advogado desvalorizou o facto do tribunal se ter engano no nome de um dos arguidos.

Contactada pela agência Lusa, a direcção nacional da PSP diz que não se pronuncia sobre decisões judiciais, mas que dois agentes estão ao serviço numa esquadra.

Durante o julgamento foram dados como provados os crimes de ofensa à integridade física qualificada, coacção grave e abuso de poder.

O caso remonta ao verão de 2008, quando Adrian Grunert, estudante alemão do programa Erasmus, foi agredido numa esquadra de Lisboa, depois de ser apanhado a viajar pendurado num eléctrico.

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