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Ruas adjacentes à Avenida da Liberdade parecem "uma favela"

Comerciantes e moradores das ruas adjacentes à Avenida da Liberdade, em Lisboa, queixam-se dos buracos e do lixo nos passeios e vias rodoviárias, assim como de 'graffiti' e da degradação dos edifícios, considerando que a zona parece uma "favela".

Ruas adjacentes à Avenida da Liberdade parecem "uma favela"
Notícias ao Minuto

20:35 - 01/04/16 por Lusa

País Comerciantes

Os problemas incidem nas ruas de Santa Marta, do Passadiço e as travessas que as ligam, afetando os moradores e comerciantes, que se sentem prejudicados com "o estado ruinoso" destas artérias lisboetas.

Neste sentido, cerca de 35 cidadãos assinaram e enviaram uma carta ao presidente da Junta de Freguesia de Santo António, Vasco Morgado, a relatar a situação e a exigir uma solução para os problemas.

"O estado ruinoso em que estas ruas se encontram é preocupante e deprimente, para além de perigoso. Quer os passeios, quer a rua, são um quase contínuo de buracos [...] Parece estar-se numa favela", lê-se na carta.

Em declarações à agência Lusa, o autarca Vasco Morgado disse que não vê a carta como uma reclamação, mas sim como "um pedido de ajuda para tentar fazer algo melhor".

Entre os problemas identificados pelos moradores, "a única competência direta da Junta de Freguesia é tapar os buracos nos passeios", afirmou Vasco Morgado, explicando que as vias de trânsito, o lixo, a iluminação, os 'graffiti' e os edifícios degradados são da responsabilidade da Câmara de Lisboa.

Segundo o autarca, "os passeios encontram-se em estado razoável", explicando o desgaste e os buracos se devem ao estacionamento de carros em cima.

Vasco Morgado adiantou que estão previstas obras nos passeios, entre a rua do Passadiço e a rua de Santa Marta, para requalificar alguns pontos de intervenção mais urgentes, num investimento de cerca de 20 mil euros.

Além dos passeios, o presidente da Junta de Freguesia de Santo António considerou que, "nestas ruas, terá que ser feita uma obra estrutural", acrescentando que está prevista pela Câmara de Lisboa.

Para debater esta situação, o presidente da Junta de Freguesia de Santo António agendou uma reunião com os moradores, comerciantes e responsáveis da Unidade de Intervenção Territorial da Câmara de Lisboa, na segunda-feira, às 19:00, no Inspira Santa Marta Hotel.

Moradora há mais de 35 anos na rua do Passadiço, Lurdes Ferreira, disse que os principais problemas são "a degradação da rua e do pavimento, o abandono de casas e muitos 'graffiti' pintados a torto e a direito", queixando-se ainda da sujidade e da falta de luminosidade na rua.

"Se uma zona junto ao troço da Avenida da Liberdade é uma zona privilegiada para se viver, então porque é que está abandonada? Há aqui uma má gestão", afirmou à Lusa Lurdes Ferreira, criticando a atuação do presidente da Junta de Freguesia.

Na rua de Santa Marta, a boutique gerida por Susana Belchior também é afetada pelos problemas na rua.

"Estamos cá há dois anos e já verificamos uma queda tanto a nível de venda como a nível de movimento na rua em si", contou Susana Belchior, considerando que a principal razão é a rua estar cada vez mais degradada.

A comerciante explicou que quando a abriu a boutique nesta rua acreditava que "era uma zona boa e que dava propensão de evoluir no negócio", mas tal não aconteceu, acrescentando que paga "uma renda exorbitante por estar perto da Avenida da Liberdade", que não coincide com as condições da área.

"A padaria em frente à nossa loja fechou, o talho em frente também fechou. Temos o ferrador que também abriu insolvência e também fechou", relatou Susana Belchior.

Na mesma rua, o minimercado de Carlos Santos, de que é proprietário há 43 anos, também tem sido prejudicado com a degradação da zona.

"Que me lembre esta rua nunca levou obras. Nunca vi aqui obras nesta rua, nunca vi os passeios a serem arranjados, nunca vi a calçada a ser levantada e pô-la nova. Estou aqui há quarenta e tal anos e sempre vi isto assim", expressou à Lusa o comerciante, referindo que "se as ruas estão degradadas, as pessoas também não vêm" fazer compras nesta zona.

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