Carrilho "era capaz de me matar" mas "a minha escolha foi ficar viva"

A apresentadora de televisão disse hoje, no Tribunal Criminal de Lisboa, que o ex-marido "virava um monstro" e que é um "mau pai" porque diz mal da mãe aos filhos.

Bárbara gastou milhares para se proteger de Carrilho

© Global Imagens

Lusa
12/02/2016 19:20 ‧ 12/02/2016 por Lusa

País

Julgamento

"Ele não vai parar enquanto não me destruir" e "era capaz de me matar", disse Bárbara Guimarães, acrescentando ter tido medo que o ex-marido raptasse os filhos.

"A minha escolha foi ficar viva", "este homem é capaz disto [matar], eu sei", disse a apresentadora de televisão durante a primeira sessão de julgamento, acrescentando nunca ter pensado "sequer admitir publicamente" que o ex-marido lhe metia.

Durante a primeira audiência de julgamento, Bárbara Guimarães contou à juíza as "tareias" que sofreu do marido, que incluíam "murros, pontapés, apertões nos braços". Sublinhou ainda que o marido a ameaçou várias vezes, chegando a usar uma faca para tal.

A apresentadora acrescentou que o ex-marido, que foi ministro da Cultura num governo socialista, ameaçou que a matava, que matava os filhos e depois se matava.

Sublinhando que o seu casamento com o ex-ministro nunca foi um casamento cor-de-rosa, a apresentadora de televisão referiu que ele a caluniava frequentemente e que lhe atribuía amantes, incluindo colegas de trabalho.

Bárbara Guimarães acrescentou ainda que o marido era uma pessoa que tinha acessos de fúria e de provocações para com ela, sobretudo quando a situação profissional não lhe corria como ele esperava. A este respeito citou mesmo a altura em que Manuel Maria Carrilho se candidatou à presidência da Câmara de Lisboa, eleições que perdeu para Carmona Rodrigues.

Questionada pela juíza se tem ou teve problemas com álcool, a apresentadora negou que alguma vez os tivesse tido, ainda que o ex-marido lhos atribuísse quando ainda estavam casados e continue a fazê-lo.

A apresentadora disse ainda que nunca tinha feito queixa do ex-marido às autoridades porque sentia "vergonha", já que ambos eram figuras públicas. "Custava-me admitir que era vítima de violência doméstica", disse Bárbara Guimarães perante a juíza Joana Ferrer.

"Nunca imaginei sequer poder dizer que ele me na batia", disse, frisando, porém que "se fosse hoje faria tudo ao contrário do que fiz na altura e à primeira agressão teria imediatamente feito queixa".

O antigo ministro socialista da Cultura Manuel Maria Carrilho, que se separou de Bárbara Guimarães em 2013 após um casamento de mais de 10 anos, é acusado de violência doméstica. Segundo a apresentadora, os maus tratos físicos ocorreram entre finais de 2012 e 2013 e o marido ameaçava-a de que se ela o deixasse iria "haver muito sangue".

À saída do julgamento, nem o advogado da apresentadora, Pedro Reis, nem o de Manuel Maria Carrilho, Paulo Sá e Cunha, prestaram declarações à imprensa. O julgamento prossegue no dia 19.

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