O diploma está redigido em quatro línguas: português, castelhano, mirandês e asturiano.
Em declarações à agência Lusa, Alfredo Cameirão, vice-presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) disse que se trata de um momento "histórico" porque "dá ao mirandês o estatuto de idioma internacional".
"Isto poderá fazer com que as pessoas olhem para a segunda língua oficial em Portugal de uma outra forma", frisou o também investigador.
Por seu lado, Carlos Rubiera, representante da Academia de Língua Asturiana (ALA), destacou o papel das autoridades portuguesas e o trabalho que têm desenvolvido para o reconhecimento e afirmação do mirandês com língua oficial em Portugal, um estatuto que o idioma arturiano ainda não tem em Espanha.
O estudioso, acrescentou que o mirandês é uma língua "irmã" do asturiano, já que nasceram do mesmo tronco linguístico.
Hoje, na cidade asturiana de Gijón (Espanha), o presidente da câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, anunciou que para o mês de maio estão já acertadas uma série de iniciativas conjuntas entre a ALCM e ALA.
"Vamos reatar a relações institucionais com a ALA, começando com um intercâmbio de professores de mirandês e asturiano já no próximo verão", especificou.
De acordo com autarca, o mirandês e o asturiano poderão igualmente ser ministrados em cursos específicos, a realizar tanto em Miranda do Douro como em Gijón (Espanha).
Segundos os investigadores, a língua mirandesa é um idioma pertencente ao grupo do asturo-leonês, com estatuto de segunda língua oficial em Portugal, reconhecida oficialmente e assim protegida.
A língua mirandesa, atualmente, por cerca de sete a oito mil pessoas no concelho de Miranda do Douro e na diáspora e ainda em algumas freguesias dos concelhos vizinhos de Vimioso e Mogadouro.
