"Defendemos que o projeto recentemente apresentado deve ser uma primeira fase, cuja evolução permita o alargamento de via, tornando-a numa efetiva variante, capaz de dar resposta ao fluxo de tráfego desta artéria", referem os socialistas, em comunicado.

A solução inicialmente preconizada apontava para a construção de uma variante, com perfil de autoestrada e que custaria 190 milhões de euros, mas em janeiro foi apresentada, na presença do Primeiro-Ministro, uma alternativa, orçada em 36 milhões de euros.

"A proposta do Governo é minimalista e economicista e não resolve o problema de fundo que, ao longo de décadas, tem perturbado o desenvolvimento desta região", criticam os socialistas de Famalicão, Trofa e Maia.

Aludem à forma "autoritária, unilateral e apressada" como a obra foi anunciada, "para forçadamente fazer coincidir calendários eleitorais", para afirmarem que se trata do "reflexo de uma política exercida com métodos populistas, nos quais o Partido Socialista não se revê".

O PS destaca que, a nova solução, implica um "elevado" montante de comparticipação do município de Famalicão, juntamente com a desistência da conclusão do anel rodoviário à cidade e com a municipalização de grande parte da atual EN14.

Diz ainda que o traçado escolhido é "desastroso e prejudicial" para a qualidade de vida da população da Trofa.

"São exemplos de preocupações que merecem outro tipo de discussão pública e uma liderança assertiva por parte dos executivos destas autarquias na defesa dos interesses dos seus eleitores", defendem os socialistas.

Sublinham que não deixarão de reivindicar o avanço de uma "verdadeira solução" junto do atual e do futuro governo, "que corresponda aos verdadeiros anseios das empresas e da população" dos três concelhos.

Aquando da apresentação da proposta alternativa, em finais de janeiro, em Famalicão, o primeiro-ministro disse que" é uma solução que vai funcionar.

"É uma solução económica mas eficiente", afirmou Passos Coelho

A EN14 é a via de acesso às zonas industriais de Famalicão, Trofa e Maia, onde estão instaladas empresas com forte vocação exportadora.

É atravessada diariamente por cerca de 30 mil veículos, nomeadamente pesados, com constantes estrangulamentos, pelo que os responsáveis políticos e empresários daqueles municípios reivindicavam há muito uma alternativa ao trânsito.

Para o presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, eleito pela coligação PSD-CDS, a alternativa apresentada pelo Governo é uma solução "sóbria mas adequada à realidade", que "não compromete o futuro de Portugal nem endivida as próximas gerações".