As conversas telefónicas entre José Sócrates e o espião de António José Seguro, José Almeida Ribeiro que foram intercetadas durante as escutas da Operação Marquês não irão entrar para o processo, segundo a decisão do procurador Rosário Teixeira, apurou o jornal i.
As conversas tidas sobre matéria político-partidária não serão transcritas para o processo – por não serem considerados meios de prova que sustentem os esquemas de corrupção em investigação.
O juiz Carlos Alexandre concordou com esta decisão, mas não irá destruí-las, pois as conversas irão ficar seladas, dentro de um envelope.
A decisão de selar estas conversas surge pela necessidade de evitar os incidentes do caso Face Oculta, um processo em que os arguidos usaram a decisão de destruição de algumas escutas para invocar a nulidade do processo.
Recorde-se que José Almeida Ribeiro foi assessor do ex-primeiro-ministro, tendo sido promovido a seu secretário de Estado adjunto no seu segundo governo.
Sabe-se que Almeida Ribeiro foi fonte direta de Sócrates para descobrir o que se passava nos corredores do PS. Enquanto Sócrates estava em Paris, o conselheiro de Seguro fazia, por telefone, briefings sobre o que se passava.