É um desenho simples que expressa com realismo a forma como os media encaram o Ébola fora do continente africano. O cartoon de André Carrilho ilustrou o Diário de Notícias no passado dia 10 de agosto e desde então tem sido analisado e comentado por órgãos de comunicação estrangeiros. E houve quem o quisesse nos seus jornais e revistas.
Na imagem, estão presentes doentes infetados com Ébola. Um branco e os restantes de cor negra. Os jornalistas? Esses estão a falar com o infetado branco.
A mensagem do desenho, lê-se no Público, já correu as redes sociais e expressa a forma como as pessoas tomaram consciência do perigo do vírus apenas quando este ultrapassou as fronteiras africanas e infetou os primeiros ‘brancos’.
Ao Público, o cartoonista disse que “os meios de comunicação social tendem a passar de alguma indiferença para a sobre-exposição e pânico, sem nunca deixarem de tratar o assunto numa perspetiva que opõe 'eles' [África] a 'nós' [EUA e Europa]”.
No seu mais recente cartoon, o português volta a destacar a diferença de tratamento no que toca ao Ébola, mostrando um homem negro a sair de um avião e com pessoas equipadas dos pés da cabeça à sua espera.