A partir de agora, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde passam a ter que picar o ponto. A exigência é da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que quer, desta forma, garantir o cumprimento de horários e a deteção de eventuais abusos e atrasos sucessivos que podem afetar a resposta a utentes.
O sistema biométrico de registo de assiduidade já estava previsto no decreto de lei de 1998, mas só este ano, e em cumprimento dos novos horários de 40 horas, é que vai avançar. A ARS de Lisboa e Vale do Tejo refere que 60% dos seus centros de saúde já terão o sistema em funcionamento este mês e que até ao fim de novembro serão 99%.
Com o novo método de controlo de horários, os trabalhadores podem acumular no máximo oito horas de trabalho a mais por mês, ganhando posteriormente um dia de folga que deve ser usufruído ate ao final do mês seguinte. Em caso de atrasos, estes têm de ser compensados no mesmo período do mês. Ao não acontecer, o profissional terá falta entre meio dia ou um dia de trabalho.
Quem parece não estar agradado com a situação são os médicos pois dizem que o sistema “descaracteriza a atividade dos médicos” e dá “ a ideia de que há atrasos sucessivos”. Além disso, defende ao Diário de Notícias o bastonário da Ordem dos Médicos “os médicos não têm horários e podem precisar de sair”.