Morreu o maestro José Luís Borges Coelho aos 85 anos

Nascido em Murça, em Vila Real, em 1940, Borges Coelho destacou-se não só no mundo da música, mas também na vida académica e ainda na partidária, distinguindo-se como um "homem de Abril".

Maestro Borges Coelho

© Reprodução Maestro Borges Coelho

Carolina Pereira Soares
24/08/2025 14:16 ‧ há 3 horas por Carolina Pereira Soares

Cultura

Óbito

Morreu o maestro José Luís Borges Coelho, este domingo, aos 85 anos. Nascido em Murça, em Vila Real, em 1940, Borges Coelho destacou-se não só no mundo da música, mas também na vida académica e partidária, distinguindo-se como um "homem de Abril".

 

Era antifascista e militante do partido comunista, tendo sido eleito pela CDU para as assembleias municipais do sítio que o viu nascer e ainda do Porto.

Integrou também a Direção da Organização Regional do Porto (DROP) e a Direção do Setor Intelectual do Porto do PCP.

Numa nota enviada às redações, o Partido Comunista Português "manifesta profundo pesar pelo falecimento de José Luís Borges Coelho, figura incontornável na cultura da região e do País".

"Na vida partidária, académica ou cívica, José Luís Borges Coelho destacou-se sempre pela sua dimensão humana, pelo empenho cívico, pela militância partidária e uma imensa generosidade que contagiava todos os que com ele conviviam", continuou o comunicado. "Com um profundo sentido de justiça social, é um obreiro de Abril, valores pelos quais foi um lutador incansável até ao fim da sua vida."

Quem era o maestro Borges Coelho?

O maestro formou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e fez o Curso Superior de Canto do Conservatório de Música também do Porto.

Como professor, distinguiu-se como presidente do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, mas passou também por cargos de direção do Conselho Diretivo do Liceu Alexandre Herculano (Porto), da Academia de Música de Viana do Castelo e da Cooperativa de Ensino Superior Artístico Árvore (Porto). Presidiu ainda ao Conselho Científico da ESMAE — Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto.

Em 1966 ajudou a fundar o Coral de Letras da Universidade do Porto (do qual foi diretor artístico e maestro até 2023), que todos os anos marca presença nas celebrações do 25 de Abril, no Porto.

E foi ainda sócio fundador do Sindicato dos Professores do Norte.

No teatro, criou músicas originais para o Teatro Experimental do Porto e da Seiva Trupe. No cinema, participava várias vezes na banda sonora dos filmes de Manoel de Oliveira.

A vida preenchida com feitos, principalmente, a nível cultural valeram-lhe uma Medalha de Honra da Cidade do Porto e, em 2017, o título Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade do Porto.

As cerimónias fúnebres realizam-se no Tanatório de Matosinhos, a partir das 16h00 de segunda-feira. O funeral está agendado para o dia seguinte às 11h45.

[Notícia atualizada às 14h34]

Leia Também: "Perdemos uma figura ímpar da cena artística, dedicado e generoso"

 

Partilhe a notícia


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas