O autarca social-democrata, que também integra a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, mostrou-se "indignado" e considerou "inaceitável que o concelho de Torre de Moncorvo, onde arderam mais de 5.500 hectares apenas em duas freguesias, como Mós e Carviçais, não tenha sido incluído nesta reunião de trabalho, deixando de fora um território gravemente afetado pelos fogos", indicou à Lusa.
Apesar desta exclusão, o autarca reafirma o seu compromisso de estar sempre ao lado da população, garantindo que o município já está no terreno a apoiar agricultores, produtores e famílias atingidas pelo fogo que teve início na sexta-feira na freguesia de Poiares e depressa se lastros aos concelhos de Torre de Moncorvo e Mogadouro, deixado para trás cerca de 13 hectares de terra queimada e culturas agrícolas e produção pecuária destruídas, segundo dados preliminares da GNR.
"Esta reunião de trabalho foi promovida pelos Ministérios da Economia e Coesão Territorial e pelo Ministério da Agricultura e do Mar, num encontro que contou com a presença dos ministros Manuel Castro Almeida e José Manuel Fernandes, bem como de vários secretários de Estado, e teve como objetivo discutir os impactos dos incêndios florestais que recentemente devastaram a região Norte" explicou à agência Lusa, José Meneses.
Meneses considerou inaceitável a falta de convite, mas acrescentou que o seu município não deixará de lutar pelos seus agricultores, produtores e população.
"Convido o Governo a visitar a Torre de Moncorvo para, no terreno, poder visualizar a real extensão dos danos causados pelos incêndios", afirmou José Meneses.
De acordo com o autarca do sul do distrito de Bragança, o município de Torre de Moncorvo continuará a trabalhar em articulação com as entidades locais e regionais, mas exige a devida atenção do Governo para que as medidas de apoio contemplem, de forma justa e proporcional, a dimensão dos prejuízos sofridos neste território.
O Ministério da Economia e da Coesão Territorial recebeu hoje cerca de cinco mil pedidos de ajuda, sobretudo das câmaras do Norte, na sequência dos incêndios rurais das últimas semanas.
No final de uma reunião com autarcas do Norte, mas também do Centro, realizada na manhã de hoje em Sernancelhe, Castro Almeida apontou para um número que multiplica por cinco os mil pedidos que se tinham registado em 2024.
Sem querer contabilizar em concreto, enquanto as avaliações nos terrenos ainda estão a ser feitas, o ministro anuiu à possibilidade de os prejuízos serem superiores a 30 milhões de euros, quando questionado pela comunicação social.
Segundo adiantou, não só o número de agricultores é "bastante superior" a 2024, como "também o volume envolvido é bastante superior".
Castro Almeida adiantou que, na "próxima semana, ficam disponíveis os documentos para as pessoas fazerem as suas candidaturas" que apresentam nos seus municípios de residência, que depois os encaminham para a Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional (CCDR) Norte.
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