O presidente da Comissão de Festas de Marinhais, Paulo André, afirmou, esta segunda-feira, que estavam garantidas as condições de segurança para o fogo de artifício ser lançado e que decidiu antecipar o seu lançamento para "não correr o risco", tendo em conta que o Governo tinha decretado "situação de alerta" a partir das 00h00 de domingo.
"O porquê de lançar o fogo antecipadamente foi por causa da tomada de posição do Governo, que a partir das 00h00 não podia ser lançado. Nós já tínhamos o fogo todo pronto para disparar, mas eu antecipei para não correr o risco, como é óbvio", começou por dizer em declarações à SIC Notícias.
Paulo André referiu ainda que a comissão de festas tinha "as devidas licenças" e que comunicou a decisão [de antecipar o fogo de artifício] "às devidas autoridades: a Proteção Civil, o comando da Guarda Nacional Republicana (GNR), o comando de Santarém de Minas e Armadilhas, a Câmara Municipal".
"Comuniquei que ia antecipar o fogo meia hora ou quarenta minutos para não correr o risco e foi lançado às 23h10. Tive a devida aprovação por todos, tanto que estavam todos no local", disse, referindo-se aos bombeiros, GNR e entidades da Junta de Freguesia de Marinhais e da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos.
Questionado se confirmava que estavam garantidas as condições de segurança, o presidente da Comissão de Festas respondeu: "Confirmo. Se não, não estavam cá as entidades competentes para o fazer".
Paulo André deu ainda conta de que houve uma "preparação do terreno há oito dias", feita pelo Polícia de Segurança Pública (PSP) de Santarém, pela Proteção Civil e pela autarquia.
Cinco focos de incêndio? "Não houve nenhum"
Quanto aos cinco focos de incêndio que o fogo de artifício causou, o presidente da comissão de festas explicou que "o fogo é lançado em caixas de cima de andaimes, as caixas são de papelão, ardem, caíram para o chão, foram atiradas para o chão e arderam".
"Aqui deve ter havido dois ou três focos de incêndio dentro do espaço da pirotecnia, da responsabilidade deles, que se apagava com um bocadinho de areia. Para mim, não é um foco de incêndio. E, se calhar, alguma palha ou algum feno que está aí à volta nas bermas, mas para isso estava aqui a Proteção Civil para garantir que isso não acontecesse. Agora, foco de incêndio não houve nenhum", atirou.
Paulo André garantiu que foram garantidos "todos os meios de segurança".
O que está em causa?
No passado sábado, dia 2 de agosto, após ter sido anunciado pelo Governo de que o país entraria em "situação de alerta", a partir das 00h00 de domingo, organização das festas de Marinhais (vila em Salvaterra de Magos, no distrito de Santarém) anunciava a antecipação dos fogos de artifício, para fugir às proibições.
"Devido ao alerta vermelho emitido pelo Governo a partir da meia noite, a sessão de fogo de artifício será antecipada para as 23h30 de dia 2 de agosto", escreveu a comissão de festas no Facebook.
De sublinhar que a Câmara de Salvaterra de Magos e a Junta de Freguesia de Marinhais defenderam que "a tradição é para manter" e não pareceram estar arrependidas de terem antecipado em uma hora o lançamento do fogo de artifício (para as 23h30 de sábado), devido à situação de alerta anunciada pelo Governo, que entrou em vigor à meia noite de domingo - e que proíbe o lançamento de pirotecnia.
Sabe-se agora que se registaram cinco focos de incêndio no perímetro do lançamento do fogo de artifício em Marinhais.
A informação foi revelada à SIC pelo comando Sub Regional da Lezíria do Tejo, que assegura que os focos foram extintos pelos bombeiros de Salvaterra de Magos que estavam mobilizados para o evento.
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