"O problema não só não se resolveu, como se agravou", disse aos jornalistas o secretário-geral Francisco Gonçalves, em conferência de imprensa realizada à porta do ministério, em Lisboa.
De acordo com a Fenprof, cresceu o número de horários sem colocação de professores: "Mesmo as medidas do plano 'Mais aulas, Mais sucesso', designadamente o recurso a horas extraordinárias, não só não permitiram diminuir o número de alunos sem professor, como até aumentou", afirmou o dirigente.
Esta será, por isso, a prioridade nas conversações que a estrutura sindical pretende iniciar com o Governo, através da "valorização urgente" do Estatuto da Carreira Docente, por forma a garantir o regresso de professores que abandonaram a carreira nos últimos anos e a atrair novos profissionais, além de manter os atuais.
A questão da precariedade continua também na agenda da Fenprof. "A média de idades dos professores que vincularam é de 45 anos, o número de anos de serviço, em média, desses professores é de 10 anos", acrescentou.
Francisco Gonçalves sublinhou que, no Ensino Superior, as taxas de precariedade são muito superiores, com mais de 50% de precários em funções nas universidades públicas, um número que sobe para 75% no setor privado.
"Na investigação, o número é de 90%. Tem de haver aqui claramente uma resposta a esta questão", defendeu.
A Fenprof levou hoje à tutela os documentos aprovados no congresso de maio, em que foi eleita a nova direção, e que constituem um guia reivindicativo para melhorar as condições de trabalho dos professores.
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