De acordo com uma resposta enviada a questões da Lusa, a Bird e a Lime foram as únicas empresas a apresentar-se à hasta pública realizada na sexta-feira.
"Considerando que a hasta pública foi para a atribuição de duas licenças de espaço público para disponibilização de serviços de partilha em modos suaves de transporte, não sendo possível a detenção de mais que uma licença por operador, cada entidade licitou cada uma das licenças, por única vez, e pelo valor base de 50.000,00 euros", pode ler-se na resposta da autarquia à Lusa.
A autarquia recorda que "conforme definido no Código Regulamentar do Município do Porto (CRMP), cada licença tem afeto um contingente de 700 veículos, podendo ser aumentado para 900 veículos, caso esta expansão do contingente seja aprovado pelos serviços municipais".
"Os operadores ficam obrigados a disponibilizar para utilização um mínimo de 40% do contingente definido de bicicletas elétricas, ou seja, com estas 2 licenças, no âmbito dos serviços de partilha em modos suaves de transporte, o Município do Porto passará a contar com um contingente de bicicletas elétricas de 560 veículos (280 por operador)", refere ainda.
Os novos operadores têm "30 dias para iniciarem a respetiva operação/disponibilização de serviço de partilha em modos suaves de transporte", segundo a autarquia.
Assim, ainda em junho o contingente licenciado pela Câmara do Porto deverá ascender a 700 veículos da Bolt (não abrangidos pela hasta pública realizada na sexta-feira), 700 da Bird (40% bicicletas elétricas) e 700 da Lime (40% bicicletas elétricas), num total de 2.100.
O vereador do Urbanismo e Espaço Público da Câmara do Porto, Pedro Baganha, já tinha dito em 20 de maio que a hasta pública não envolveria "novos veículos", tratando-se "da substituição de contratos que entretanto chegam ao seu final durante o mês de maio".
Na mesma ocasião, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, abriu a porta à "possibilidade de, aparecendo este contingente de bicicletas, poder utilizar o cartão Porto para também municiar os próprios cidadãos portuenses de utilizar estes meios", que têm "custos mais elevados" e são "utilizados por pessoas que se deslocam à cidade e não têm meios de locomoção".
Este é um caminho à "introdução de bicicletas como meios partilhados na cidade que muitas cidades utilizam sem ter 'docking stations' [estações de parqueamento] para as várias bicicletas, porque a ocupação do espaço público é completamente diferente".
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