O presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio (PS), já reagiu às críticas do núcleo concelhio do Chega, que se manifestou contra a atuação de Nininho Vaz Maia na Feira de Maio, que acontece entre 22 e 26 de maio.
Em declarações à rádio Valor Local, o autarca considerou que o Chega de Azambuja não quer o artista nas festividades por "ser cigano" e recusou cancelar a contratação.
"Por essa ordem de ideias, o Miguel Albuquerque ao ser arguido também não se podia candidatar ao Governo Regional da Madeira", exemplificou.
É de realçar que o núcleo concelhio do Chega de Azambuja considerou, em comunicado, que o cantor "não dignifica os valores da festa para a qual foi contratado".
"Somos manifestamente contra a escolha do cantor Nininho Vaz Maia (cabeça de cartaz) para atuar na nossa festa – Feira de maio de 2025. E somos contra porque o mesmo ofende os princípios do Mundo Rural, do Camponês, do Campino, do Cavaleiro, do Folclorista, ou seja, do Homem Ribatejano, humilde, de trabalho árduo que tanto ama a sua terra", refere o Chega de Azambuja.
A mesma nota aponta que o artista tem um "passado ligado à prática de rixas" e, atualmente, foi "constituído arguido por fortes suspeitas de branqueamento de capitais aliada a uma rede suspeita de tráfico de droga".
O Chega de Azambuja acusou ainda a autarquia local de ir "atrás de modas e pluralidade de gostos" em vez de "respeitar o Homem Ribatejano".
Nas redes sociais, o cantor acabou por reagir à posição do partido de André Ventura. "Se eu tinha dúvidas, hoje não me restam dúvidas nenhumas. Tudo a seu tempo. O mais importante é que este sábado estarei na Azambuja e conto com todos vocês. Obrigado por todo o carinho. Beijo grande", disse Nininho Vaz Maia.
O Chega, note-se, foi o partido mais votado no concelho de Azambuja nas Legislativas de domingo.
O cantor foi constituído arguido no âmbito de uma operação de combate ao tráfico de droga, embora não seja o principal visado da investigação.
As investigações prosseguem, sob a direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, distrito de Lisboa.
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