O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, alertou que o futuro pode reservar surpresas "graves e tristes" no que diz respeito ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.
"Aquilo que estas últimas notícias nos vêm mostrar é que vamos continuar a ter surpresas graves e tristes sobre Luís Montenegro. E, se por acaso, Luís Montenegro vencesse as eleições, o risco de termos novas eleições em pouco tempo era enorme. Não podemos correr esse risco", avisou, em declarações aos jornalistas, em Beja.
Horas depois de já ter considerado que Luís Montenegro não tinha condições para ser candidato ao cargo de primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos apontou que atualmente o social-democrata é "o principal fator de instabilidade política no país", situação que "o preocupa profundamente." "Temos de nos libertar disso", atirou.
Confrontando sobre os resultados das sondagens até agora que, na sua maioria, dão uma vitória à AD nas próximas eleições, Pedro Nuno sublinhou que não são todas estas análises que vão dar uma continuação da governação do social-democrata.
E foi até 2024 para defender a sua posição: "O ano passado, três dias antes do dia 10 de março, a RTP publicou uma sondagem da Universidade Católica que dava ao PS seis pontos atrás. Ficámos a 0.8. Isto para dizer que não podemos fazer a nossa campanha com base em sondagens."
E o socialista continuou a jogar 'ao ataque', dizendo: "Das várias razões pelas quais a AD vai perder as eleições, e tem de perder: uma das razões, soubemos hoje, que no 1.º trimestre deste ano - o último da governação de Luís Montenegro -, a economia portuguesa em vez de crescer, contraiu. Temos assistido Luís Montenegro celebrar o crescimento da economia portuguesa, [que], segundo ele, fazia corar de vergonha alguns outros países na UE. E, no 1.º trimestre de 2025. A economia portuguesa em vez de crescer, caiu", reforçou, acrescentando: "É o pior resultado económico desde 2021, ano da pandemia. Temos é de mudar de Governo para conseguirmos segurar os bons resultados económicos que tínhamos antes de a AD chegar."
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje que a economia portuguesa cresceu 1,6% em termos homólogos nos primeiros três meses do ano e contraiu-se 0,5% face ao trimestre anterior.
Segundo a estimativa rápida do INE, o Produto Interno Bruto (PIB), em volume, registou uma variação homóloga de 1,6% no primeiro trimestre de 2025, após um crescimento de 2,8% no trimestre precedente.
Na comparação em cadeia, face ao quarto trimestre de 2024, o PIB diminuiu 0,5% em volume, após um crescimento de 1,4% no trimestre anterior.
[Notícia atualizada às 14h18]
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