Conferência Episcopal deixa palavra de "coragem e gratidão" aos bombeiros
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deixou hoje "uma palavra de coragem e profunda gratidão" aos bombeiros que, em Portugal, "pondo em risco as suas próprias vidas, combatem as chamas incansavelmente".
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
País Incêndios
Numa mensagem de solidariedade emitida ao início da tarde de hoje, o órgão presidido pelo bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, estendeu essa gratidão "às demais forças de segurança, entidades civis e voluntários que desenvolvem todos os esforços para salvar vidas e evitar mais perdas de bens".
A CEP "acompanha, dolorosa e solidariamente, a trágica situação dos incêndios que assolam o nosso país e une-se em oração, pedindo a Deus pelo sofrimento de todas as pessoas e famílias atingidas nesta devastação, especialmente as que sofreram a inestimável perda dos seus entes queridos", lê-se na nota do episcopado católico português.
A CEP, "na certeza da responsabilidade que a todos compete para superar as adversidades, (...) deixa ainda o seu apelo para que haja um firme compromisso na prevenção" e cita a Nota Pastoral "Cuidar da casa comum -- prevenir e evitar os incêndios", emitida em abril de 2017.
"Para a mudança de mentalidade e hábitos sociais, tão necessária para a prevenção e o combate aos incêndios, há que mobilizar toda a sociedade, nas suas diversas instâncias: o Estado com os seus responsáveis mais diretos; a Igreja e todas as outras confissões religiosas; as autarquias locais de maior e menor amplitude; as escolas nos seus sucessivos graus de ensino; a comunicação social nas suas diversas expressões; as mais variadas associações e muitas outras instituições, seja qual for a sua dimensão. Mas todos de forma concertada", preconiza a nota de há sete anos.
Na mensagem de hoje, a CEP manifesta ainda "particular proximidade para com as dioceses mais atingidas por este drama dos incêndios".
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
Hoje, às 13:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 127 ocorrências, envolvendo mais de 5.400 operacionais, apoiados por 1.700 meios terrestres e 25 meios aéreos.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.
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