Os dois dias abertos a visitas são organizados pela Herdade do Esporão, pela Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz e pela empresa ERA Arqueologia, a responsável pelas escavações que foram retomadas este mês no complexo arqueológico.
Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, o município de Reguengos de Monsaraz explica que a quinta-feira será o "Dia Aberto para crianças", as quais irão visitar o Museu da Torre do Esporão e o Povoado dos Perdigões.
O sábado será o "Dia Aberto" ao público em geral e os interessados deverão comparecer às 09:00 na Praça da Liberdade, em Reguengos de Monsaraz, a partir de onde a autarquia fornecerá transporte para o programa de atividades.
O programa de sábado começa às 09:30 com uma visita ao Povoado dos Perdigões acompanhada pelo diretor do Núcleo de Investigação Arqueológica da ERA Arqueologia, António Valera, e pela equipa de arqueólogos que está a trabalhar nas escavações.
Segue-se uma visita à exposição das peças encontradas no povoado, patente na Torre do Esporão, uma palestra sobre "O que nos dizem as práticas funerárias sobre quem viveu nos Perdigões", proferida por António Valera, e uma visita às caves e à adega da Herdade do Esporão.
As escavações no complexo arqueológico do Povoado dos Perdigões estão ser realizadas por equipas de arqueólogos da ERA Arqueologia e da Universidade de Málaga (Espanha), com a colaboração da Universidade de Bradford (Inglaterra) no âmbito do seu programa de formação académica.
Segundo a autarquia, Steven Emslie, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos da América, que está a desenvolver estudos de isótopos estáveis em restos humanos dos Perdigões, vai juntar-se à equipa da ERA e a investigadores da Universidade de Alcalá de Henares (Espanha) para colaborarem com a equipa da Universidade de Málaga na remoção e no estudo da estela-menir que se encontra fragmentada numa fossa.
O Povoado dos Perdigões teve início no final do Neolítico, há cerca de 5.500 anos, e durou até ao início da Idade do Bronze, há cerca de 4.000 anos, e representa 1.500 anos de história.
De acordo com a Câmara de Reguengos de Monsaraz, o povoado é um grande complexo de recintos delimitados por grandes fossos (estruturas escavadas na rocha), com necrópoles (cemitérios) e um cromeleque de menires associado (recintos cerimoniais circulares compostos por grandes blocos de pedra colocados ao alto).
"O sítio terá tido um papel muito importante para as comunidades que habitavam aquela área na Pré-história e seria, provavelmente, um local utilizado para a prática de cerimónias rituais relacionadas com o culto dos mortos e dos antepassados", refere a autarquia.
Os vestígios daquela prática têm vindo a ser postas a descoberto pelo Núcleo de Investigação Arqueológica da ERA Arqueologia, que desenvolve campanhas de escavação no local há 17 anos.