Costa deixa futuro político em aberto. "Logo veremos se ainda há tempo"
O responsável ressalvou já ter explicado qual será o seu destino político, que ficou ‘traçado’ no momento em que decidiu apresentar a sua demissão.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País Governo
O primeiro-ministro demissionário, António Costa, escusou-se a dar ‘pistas’ quanto ao seu futuro político, naquele que é o seu último dia de funções em pleno. Marcando presença na Fundação Calouste Gulbenkian, a propósito da reedição do livro ‘Portugal Amordaçado’, de Mário Soares, que cumpriria 99 anos esta quinta-feira, o chefe do Executivo confessou que, findo o processo judicial em que é visado, logo verá “se ainda há tempo para a política”.
“O Governo vai manter-se, naturalmente, em funções até haver um novo Governo na sequência das eleições do dia 10 de março. Portanto, ainda temos muito trabalho e muitos dias de trabalho pela frente. Havemos de ter tempo de nos despedir, não vale a pena estarem ansiosos hoje”, começou por dizer o responsável, em declarações à imprensa.
Reiterando que “há muita coisa por fazer até final de março”, António Costa ressalvou que, naquele momento, as atenções não deveriam estar viradas para si.
“Hoje o tema não sou eu, hoje é o tema é Mário Soares. Deixemos isso para o momento próprio”, disse.
O responsável ressalvou, contudo, já ter explicado qual será o seu destino político, que ficou ‘traçado’ no momento em que decidiu apresentar a sua demissão.
“O meu destino político? Já expliquei. Relativamente a isso, tomei a atitude que se deve tomar quando é suscitado um problema de natureza judicial e, portanto, aguardemos simplesmente que a justiça cumpra a sua missão. Quando a cumprir, logo veremos”, esclareceu.
Apesar da insistência dos jornalistas, Costa não se ‘descoseu’, tendo deixado o seu futuro político em aberto.
“Logo veremos nessa altura se ainda há tempo para a política”, rematou.
De notar que, a partir de sexta-feira, o Governo ficará em gestão e, por isso, limitado aos atos estritamente necessários ou inadiáveis à continuação da sua atividade.
António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 7 de novembro, devido a uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que o visa.
O chefe de Estado aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e anunciou a formalização da demissão do Governo para hoje. Por seu turno, apontou a dissolução do Parlamento para 15 de janeiro, no contexto das eleições legislativas antecipadas, marcadas para 10 de março.
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