Nascido em Évora em 1945, Manuel Gusmão, poeta, ensaísta, tradutor, crítico literário e professor universitário, faleceu em Lisboa no passado dia 9 de novembro, com 77 anos de idade.
No voto, a que assistiram familiares nas galerias da Assembleia da República, os comunistas recordam também o percurso político de Manuel Gusmão.
"Participante desde 1971 na luta antifascista, aderiu ao PCP em maio de 1974. Fez parte da Comissão Instaladora Provisória do Sindicato dos Professores, constituída em maio de 1974, e da Comissão Diretiva Provisória, eleita nesse ano", recordam.
Em 1975, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte e em 1976 à Assembleia da República, tendo exercido as funções de Deputado até 1979.
Foi membro do Comité Central do PCP entre 1979 e 2016. Era atualmente membro da Comissão Nacional da Cultura junto do Comité Central.
"A Assembleia da República, reunida em plenário expressa o seu pesar pelo falecimento de Manuel Gusmão e envia sentidas condolências aos seus familiares e ao Partido Comunista Português", lê-se na parte resolutiva do voto.
Ao longo da sua carreira recebeu o Prémio do P.E.N. Clube Português para Melhor Obra de Poesia, em 1997, com "Mapas, o Assombro e Sombra", o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava relativos a 2001, com "Teatros do Tempo", entre muitos outros.
Em 2004, recebeu o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus e, em 2005, o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora.
Em 2011 recebeu o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, por "Tatuagem e Palimpsesto: da Poesia em Alguns Poetas e Poemas", e em 2014 o Prémio de Poesia António Gedeão, pelo "Pequeno Tratado das Figuras".
Em 2019, foi distinguido com a Medalha de Mérito Cultural como reconhecimento do Governo português pelo "inestimável trabalho de uma vida dedicada à produção literária e à poesia, difundindo amplamente, em Portugal e no estrangeiro, a Língua e a Cultura portuguesas, ao longo de mais de cinquenta anos".
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