A maior Ginkgo do país é "rainha das Virtudes" no Porto

Com cerca de 30 metros de altura e mais de 200 anos, a Ginkgo que mora no Passeio das Virtudes, no Porto, é a maior do país e é considerada a árvore "rainha" do jardim.

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© Reuters

Lusa
05/07/2014 10:28 ‧ 05/07/2014 por Lusa

País

Árvore

Para quem entra no portão de acesso ao jardim ou mesmo sobre o muro de onde se vê o rio Douro e aquele espaço verde, este exemplar monumental, que está classificado desde 2005 como árvore de interesse público, brilha pelo seu porte.

Por si só, esta Ginkgo fêmea "é uma espécie muito interessante", porque o seu género é considerado um fóssil vivo e foi uma das primeiras espécies a resistir à bomba de Hiroxima [1945], além de ser usada para fins medicinais", enalteceu Isabel Lufinha, do departamento do Ambiente da Câmara do Porto.

"Esta árvore é a rainha, é uma senhora", classificou a técnica, que destacou o amarelo dourado que a sua folha em forma de leque assume no outono, referindo que será tema de conversa no dia 26, no âmbito da iniciativa "Um objeto e seus discursos", na qual vão participar o escritor Mário Cláudio e a antiga diretora do jardim Botânico Teresa Andresen.

Entre as árvores classificadas existentes na cidade destaca-se também a araucária do jardim da Cordoaria, que é porventura das mais altas do país, por ter mais de 40 metros. A sua copa é visível ao nível da torre dos Clérigos para quem estiver no topo da rua 31 de Janeiro.

No jardim da Cordoaria está ainda classificado o conjunto de plátanos que formam uma alameda. Neste caso, foi "a sua forma muito peculiar" da base dos troncos, que "é perfeitamente anormal nas árvores e não é um fenómeno conhecido", que deu origem à sua classificação, em 2005, disse Lufinha.

"Não conseguimos dizer ainda cientificamente o que é que aconteceu. Há quem diga que foi uma doença, há quem diga que foi uma espécie especial e há quem diga que isto resultou de métodos de condução das árvores em si. Nós reconhecemos alguns argumentos mais ou menos válidos em cada uma destas teorias, a verdade é que estão aqui [63 exemplares], estão assim e estão bem de saúde", disse.

Classificado desde 1951 está o tulipeiro da Casa Tait, que ultrapassa os 250 anos, apresenta uma folha em forma de cabeça de gato, tem mais de 32 metros de altura e mais de nove de perímetro. Há uns anos, esta árvore representativa na cidade juntou 13 pessoas de mãos dadas para a medir.

Os 33 metrosíderos que existem na avenida Montevideu, perto do Castelo do Queijo, duas camélias com mais de 200 anos no largo da Igreja de Paranhos, bem como 63 palmeiras-das-canárias plantadas há mais de um século no Passeio Alegre, integram ainda a lista de 237 monumentos vivos atualmente existentes em espaços públicos da cidade.

A cada um destes exemplares pode ser atribuído um valor monetário, através de um método que tem em conta fatores como valores paisagísticos, ambientais, sociais e culturais, e uma das palmeiras do Passeio Alegre ultrapassa atualmente os 40 mil euros.

Humberto Ferreira, jardineiro da Câmara do Porto, crê que a maioria da população não tem consciência da existência deste património.

"Falta sensibilizar as pessoas para esta questão. Se tentarmos explicar que existem árvores que têm sido muito cuidadas e que são árvores para [resistirem] muitos mais anos, se calhar as pessoas olhariam para as mais novas de forma impar e tentariam não as ferir", frisou.

Humberto lamenta que "por vandalismo, falta de cuidado ou até falta de conhecimentos, se estraguem árvores", alertando que um 'Post-it" colocado no tronco com pregos, enrolar fios elétricos a troncos são alguns atos que provocam "danos que por vezes são irreparáveis".

 

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