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Contingência no Santa Maria. Urgência só atenderá doentes referenciados

Apenas se devem dirigir à urgência "os doentes que necessitem de cuidados urgentes e emergentes".

Contingência no Santa Maria. Urgência só atenderá doentes referenciados
Notícias ao Minuto

13:47 - 06/10/23 por Carmen Guilherme com Lusa

País Santa Maria

João Gouveia, diretor do serviço de urgência do Hospital Santa Maria, anunciou, esta sexta-feira, que aquele hospital ativou o plano de contingência devido a grande afluência às urgências. O responsável apelou para que apenas os doentes "urgentes e emergentes" se dirijam àquele serviço.

"Houve uma grande afluência contínua de doentes, que dificulta bastante a nossa missão", disse o médico, em conferência de imprensa, apelando a que apenas se dirijam à urgência "os doentes que necessitem de cuidados urgentes e emergentes"

"Todos os doentes de outros hospitais, de outras áreas, que não venham referenciados de outros hospitais ou do CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], não vão ser atendidos neste hospital, porque nós não temos capacidade para conseguir garantir que os doentes que necessitam de nós vão ser atendidos", acrescentou.

João Gouveia explicou que a afluência tem de ser "regulada", uma vez que há "dificuldade de escoamento de doentes". Só na última segunda-feira, explicou o responsável, foram recebidos mais de 700 doentes na urgência. Destes, mais de 300 fora da área daquele hospital. 

"É impossível o hospital responder sozinho a este problema", notou, reiterando o apelo para que os doentes não se desloquem àquela unidade "sem ser referenciados".

"Todos os doentes urgentes e emergentes que o CODU ache que necessitam dos cuidados do Hospital de Santa Maria, por razões clinicas, nós, neste momento, estamos em condições de os ver. Doentes que vêm por razoes não clínicas, eu tenho muita pena, mas, neste momento, é impossível nós conseguirmos atender", reforçou.

João Gouveia lembrou ainda que "há várias estruturas que funcionam e devem funcionar antes das urgências hospitalares".

A situação resulta em grande parte do encerramento de outras unidades hospitalares ao longo da semana, nomeadamente duas na área de Lisboa - o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e o hospital de Santarém. "Isso traz uma carga muito grande para o Hospital de Santa Maria", sublinhou.

João Gouveia destacou a importância de os hospitais comunicarem entre si como aconteceu na pandemia, lamentando que o Santa Maria tenha sabido do encerramento das urgências pelas ambulâncias que estão à porta e não pelos hospitais que têm os serviços encerrados.

Questionado sobre quantos pedidos de escusa às horas extraordinárias, além das 150 obrigatórias, foram apresentados pelos médicos no Santa Maria, avançou que foram 10 de especialistas de cirurgia geral e dos internos de cirurgia, mas que não se traduz ainda em alterações de escala ou em risco da atividade programada e da urgência.

"Agora, se continuarem estes pedidos de escusa, quer no Santa Maria, quer nos outros hospitais, é lógico que vá haver problemas, primeiro na atividade programada e depois na urgência", avisou.

Questionado se no seu percurso hospitalar já tinha passado por uma situação semelhante à que se está a viver, o especialista disse que, "infelizmente", já passou por várias situações em que tiveram "uma sobrecarga de utentes e dificuldades claras".

"Se calhar, por causa disso, é que estou agora aqui a fazer este apelo, porque acho que já passei por algumas situações que não quero voltar a passar. Portanto, acho que é importante que as pessoas só venham à urgência se na verdade necessitarem e que cumpram os canais de referenciações", declarou.

Sobre a luta laboral dos médicos, João Gouveia defendeu que "tem que se começar a fazer horários sem contar com as horas extraordinárias", considerando que "não faz sentido nenhum" que toda a atividade do Serviço Nacional de Saúde seja feita com base em horas extras.

"Isso é um problema de base que tem que ser resolvido", frisou.

Segundo a Federação Nacional dos Médicos, mais de 2.000 médicos já entregaram pedidos de escusa às horas extraordinárias, o que está a levar a encerramentos de urgências e fortes constrangimentos nos hospitais.

[Notícia atualizada às 15h32]

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