O regresso do Papa Francisco a Fátima, seis anos depois desde a última visita, foi curta e concentrada, mas o Sumo Pontífice não deixou passar mais uma oportunidade para vincar aquele que é o seu pedido para a Igreja Católica: uma instituição aberta a todos, longe do conservadorismo que a marca.
O helicóptero EH-101 Merlin da Força Aérea Portuguesa, especialmente adaptado para acolher Francisco, partiu da base aérea de Figo Maduro, em Lisboa, por volta das 8 horas, e a viagem até Fátima durou cerca de 30 minutos - mais rápida e mais cedo do que o esperado.
Na chegada a Fátima, e antes da aterragem, o helicóptero com o Papa protagonizou um momento que ficou imortalizado nos telemóveis de muitos dos que o esperavam no Santuário, ao sobrevoar e dar duas voltas pelo recinto em Fátima.
O Papa Francisco fez a curta viagem entre o heliporto e o Santuário de Fátima no seu habitual 'papamóvel', encontrando pelo caminho uma grande multidão de fiéis que o esperavam, para ter um pequeno vislumbre. Também na avenida do Santuário, o trajeto foi feito vagarosamente, com muitas bênçãos, cumprimentos, acenos, beijos e abraços às crianças que foram sendo passadas pela equipa de segurança.
Na Capelinha das Aparições, no centro do Santuário, Francisco evocou a imagem do local e da virgem Maria para afirmar que a capela é "uma bela imagem da Igreja, acolhedora, sem portas". "A Igreja não tem portas para que todos possam entrar. E aqui, também, podemos insistir que todos podem entrar, porque esta é a casa da Mãe", disse Francisco, referindo que "uma Mãe tem sempre o coração aberto, para todos os filhos, todos, todos, todos, sem exceção".
A cerimónia foi ainda protagonizada por jovens com vários tipos de deficiência, que assistiram à oração do terço na capela e participaram na oração, dita em várias línguas. Na plateia estavam também jovens reclusos, do Estabelecimento Prisional de Leiria.
O discurso foi curto e improvisado, diferente das palavras que foram passadas a órgãos de comunicação social. Logo a seguir, o Papa Francisco voltou a abandonar lentamente o Santuário, cumprimentando os jovens com deficiência pelo caminho, e tão rápida foi a chegada como foi a saída. Às 11 horas, o helicóptero voltava a levantar voo, em direção a Lisboa.
Para o resto do dia de sábado estão marcados vários encontros, entre os quais um encontro com a Companhia de Jesus. À noite, pelas 20h45, está marcada a vigília no Parque-Tejo, o primeiro evento com o Papa Francisco naquele que é o maior e mais polémico palco de toda a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Leia Também: "Igreja não tem portas para que todos possam entrar", diz Papa em Fátima