Depois da entrega de panfletos nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro e na Gare do Oriente, em Lisboa, na segunda-feira e terça-feira, a ação de protesto de hoje decorreu no terminal de cruzeiros da capital portuguesa, numa iniciativa da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança (CCP), que congrega elementos da PSP, GNR, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE.
De bandeira na mão, cerca de duas dezenas de dirigentes sindicais e das associações socioprofissionais juntaram-se à saída do terminal de cruzeiros de Lisboa para distribuírem aos milhares de turistas que chegavam a Portugal os panfletos, que têm como título "o amor à camisola tem um preço" e destacam, em várias línguas, as reivindicações dos elementos das forças e serviços de segurança, designadamente revisão das tabelas salariais e melhores subsistemas de saúde para os quais descontam 14 meses por ano.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CCP, César Nogueira, que é também presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), fez um balanço positivo destes três dias de protestos, que se inserem num conjunto de iniciativas no âmbito da Jornada Mundial da Juventude.
"Naquilo que era nossa intenção passar a mensagem de quem chega ao nosso país, quer nos aeroportos, portos marítimos ou Gare do Oriente, as pessoas têm sido percetíveis em receber os nossos panfletos que tem o título amor à camisola tem um preço", disse César Nogueira, indicando que o objetivo é que "as pessoas percebam aquilo que os profissionais das forças de segurança sentem no dia-a-dia, que é contrário aquilo que o Governo transmite cá para fora".
Segundo o secretário-geral da CCP, os elementos das forças e serviços de segurança "não estão satisfeitos", nomeadamente com os salários, que estão "estagnados e as únicas atualizações que têm sido feitas estão relacionadas com a inflação".
Integram também as ações de protestos da CCP no âmbito da JMJ uma greve de três dias dos guardas prisionais, que termina hoje, e uma concentração no dia 02 de agosto, junto à residência oficial do Presidente da República, quando Marcelo Rebelo de Sousa estiver a receber o Papa Francisco.
"Vamos dar as boas vindas ao Papa. A CCP já enviou uma carta ao Papa para ficar a conhecer como o Governo trata as suas polícias", disse, frisando que há uma "desconsiderarão constante dos sucessivos governos", disse.
César Nogueira afirmou ainda que os elementos das forças e serviços de segurança vão continuar com os protestos caso o Governo não manifeste disponibilidade para a negociar e resolver os principais problemas, alertando que vão estar atentos às verbas que vão estar contemplados para o setor no próximo Orçamento do Estado.
O CCP inclui a Associação de Profissionais da Guarda (APG/GNR), a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a Associação Socioprofissional da Polícia Marítima (ASPPM), o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) e a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE).
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