Martin Junior Kenny tinha 36 anos quando decidiu ser Água Akbal Pinheiro. Nascido e criado no Zimbabué, emigrou para o Reino Unido aos 20 anos. Ali estudou e trabalhou como chefe de cozinha. 

Aos 25 anos de idade, enquanto estava em Inglaterra, conheceu Gabriela, com quem terá tido dois filhos, Sebastian e Quintin, ambos rapazes.

Vivia uma vida normal em Southampton quando "teve uma experiência espiritual profunda a que chamou o seu ’Pineal Despertar Espiritual’", pode ler-se no site do Reino do Pineal.

Sobre em que consiste esse "despertar", a seita nada explica, mas assevera que Martin "mudou o seu estilo de vida dedicando-se à investigação do conhecimento ocultista e esotérico, bem como à adopção de várias outras práticas espirituais".

"Água Akbal Pinheiro é um filósofo espiritual, investigador esotérico e influenciador social", pode ainda ler-se. 

Adepto de teorias da conspiração - como se pode comprovar pelo inúmeros vídeos no Youtube - o homem é o líder do misterioso Reino de Pineal.

Foi precisamente na internet que divulgou as suas teorias e ganhou seguidores até que, em 2019, deixou o Reino Unido, com a família, e imigrou para Portugal "com o objetivo de estabelecer uma eco-comunidade com uma escola de mistérios espirituais".

Ainda segundo o site, ele e a sua família adquiriram algumas terras e começaram a lançar as bases para a comunidade 'The Pineal Foundation'. Por outro lado, numa informação contraditória, sabemos que os terrenos onde a seita se mantém pertencem a Pione Sisto, internacional dinamarquês que alinha no Midtjylland.

Gabriela Luna Pinheiro é a mulher de Água Akbal Pinheiro e mãe de Samsara, a criança que nasceu e morreu nesta comunidade. 

Gabriela nasceu e foi criada na Polónia. Praticou desportos equestres até aos 19 anos e, com 21, foi para o Reino Unido, onde conheceu o homem que, à data, ainda se chamava Martin. A seita descreve-a como tento um papel fundamental na vida do líder.

As suspeitas em torno do Reino do Pineal foram primeiramente levantadas pela revista Visão, que escreveu sobre "A misteriosa seita que se instalou no Interior e quer formar um Estado soberano dentro de Portugal".

Nessa reportagem, a revista relatou que a seita - da qual fazem agora parte entre 40 a 100 membros - é liderada por um antigo 'chef' de cozinha estrangeiro que pretende formar ali, tal como indica o próprio título, um reino soberano.

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