Preso desde 21 de maio, Manuel Palito tem revelado aos seus companheiros de cela alguns dos pormenores sórdidos da sua fuga de 31 dias à PJ e GNR.
O homicida de Valongo dos Azeites conta, de acordo com o Jornal de Notícias, que durante todos os dias em que andou desaparecido manteve uma corda ao pescoço porque se queria matar. Os reclusos revelam que o homem garante que se soubesse que tinha morto a filha, que iria matar-se. Depois de saber que isso não tinha acontecido, manteve o “nó porque preferia suicidar-se do que ser batido por outras pessoas”.
Contou, ainda, que andou sempre a centenas de metros de distância de sua casa, tendo várias vezes, em dias de chuva intensa, se abrigado na moradia, onde dormia no sótão e às vezes ia à cozinha buscar iogurtes para se alimentar.
O homem que pôs a nu a fragilidade das autoridades portuguesas, conhecia muito bem os matagais por onde vagueava, sabendo onde havia “buracos, minas e grutas” para se esconder. Acordava cedo, às 5h ou 6h da manhã, e passava o dia nos terrenos, encostado a árvores e arbustos, onde conseguia dominar a zona. O rio foi o local mais longe até onde se arriscou a ir, para beber água.
Para se alimentar contou com a ajuda de um jovem amigo, que por pena, lhe deixou comida por duas ou três vezes. Nos restantes dias alimentou-se de frutas que ia colhendo.
Por fim, Manuel ‘Palito’ disse que deixou cair uma caçadeira no fundo de um poço quando tentava esconder-se da polícia, o que contraria, no entanto, a versão da polícia segundo a qual o criminoso teria sido detido com uma caçadeira às costas.