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BE/Convenção. Moção E exige que Bloco "desentranhe o geringoncismo"

O bloquista Carlos Matias, representante da Moção E na XIII Convenção do Bloco de Esquerda, exigiu hoje à direção que "desentranhe o 'geringoncismo' e assuma que "foram erradas" as tentativas para novos acordos com o PS.

BE/Convenção. Moção E exige que Bloco "desentranhe o geringoncismo"
Notícias ao Minuto

13:21 - 28/05/23 por Lusa

Política BE/Convenção

Carlos Matias defendeu a necessidade de o partido fazer um balanço das "sucessivas derrotas eleitorais" e de reafirmar "uma linha autónoma que reponha a radicalidade do discurso nas propostas e na intervenção social em vez de um eleitoralismo marcado pela superficialidade e pelos `soundbytes`".

"A geringonça foi uma boa solução, ajustada a um tempo preciso. Mas, hoje, temos de desentranhar deste partido o geringoncismo e retomar o ´correr por fora´ e ´correr por dentro´, inscritos na nossa original marca identitária", apelou.

Carlos Matias defendeu que o combate à maioria absoluta do PS "faz-se essencialmente nas lutas sociais, numa oposição frontal, para usar as palavras do camarada Fernando Rosas. E por objetivos precisos, sem divagações sobre a "vida boa"", disse, numa referência à "palavra de ordem" inaugurada pela nova líder do BE, Mariana Mortágua.

"Nas condições laborais, impõe-se a luta contra a precariedade, por salários e reformas justas, pela redução do horário de trabalho para as 35 horas sem perdas salariais, pela defesa dos direitos dos imigrantes e da negociação e contratação coletiva que afaste a sua caducidade", propôs.

Para financiar as políticas sociais, Carlos Matias defendeu que é preciso "colocar em cima da mesa a renegociação da dívida externa, uma antiga e boa bandeira do Bloco que tende a cair, substituída por uma inócua exigência de reestruturação da dívida -- com escrito na Moção A".

Em nome da moção E, que obteve apenas 13 dos lugares na Mesa Nacional do BE, Carlos Matias, que não foi eleito, insistiu nas críticas ao posicionamento do BE face à guerra na Ucrânia, condenando a Rússia pela "criminosa invasão da Ucrânia", mas também sem dúvidas sobre "o papel agressivo dos EUA e da NATO".

"Queremos Putin fora da Ucrânia e a NATO fora da Europa", declarou.

"Diz o camarada José Gusmão que só indo à Ucrânia é que reconhecíamos as instituições ucranianas. Então, porquê em tempos não fomos à China porque denunciamos os atropelos aos Direitos Humanos sem deixar por isso de sermos solidários com as lutas do povo chinês", questionou.

Leia Também: Após eleição, Mortágua garante: "Já nos conhecem, mas não viram nada"

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