Hungria "não está inflexível" em bloqueio sobre munições para Kyiv

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que a Hungria "não está inflexível" no bloqueio de 500 milhões de euros destinados a munições para as forças armadas ucranianas, admitindo o levantamento do veto se "as suas reivindicações foram satisfeitas".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
22/05/2023 16:18 ‧ 22/05/2023 por Lusa

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"Essa questão foi abordada [...] e, em relação a isso, aquilo que a Hungria disse é que se as suas reivindicações foram satisfeitas, que com certeza que levanta o veto", declarou João Gomes Cravinho, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da UE.

Quando questionado sobre o bloqueio húngaro à mobilização de mais verbas para a Ucrânia no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP), o governante adiantou: "Não me pareceu pela postura do ministro húngaro que estivéssemos perante uma postura inflexível".

"Encontraremos um caminho, estou confiante", concluiu.

Na semana passada, a Hungria bloqueou desembolsos do MEAP para entregar munições às forças armadas ucranianas, por não concordar com este apoio e pela "atitude cada vez mais hostil da Ucrânia".

Numa declaração em vídeo partilhada na sua conta na rede social Facebook, o chefe da diplomacia húngara, Péter Szijjártó, afirmou que Budapeste não aprovou o desembolso de uma nova verba, de 500 milhões de euros, porque "não concorda que a UE, que tem outros instrumentos, utilize o MEAP exclusivamente para a Ucrânia".

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, tal desembolso "deixaria recursos insuficientes para promover os interesses da UE noutras regiões", como nos Balcãs Ocidentais, na região do Sahel e no norte de África, além de que "aumentaria o risco de escalada do conflito" na Ucrânia.

Péter Szijjártó criticou ainda o que classificou como "a atitude cada vez mais hostil da Ucrânia em relação à Hungria", após a inclusão do banco húngaro OTP na lista negra elaborada pelas autoridades ucranianas para sancionar as empresas que apoiam a Rússia na invasão da Ucrânia.

De acordo com o chefe da diplomacia húngara, o país irá bloquear os desembolsos no âmbito do MEAP enquanto Kyiv mantiver o OTP, o maior banco do país da Europa Central, na lista dos patrocinadores internacionais da guerra.

É necessária unanimidade entre os Estados-membros da UE, no Conselho, para aprovar a utilização destes fundos, cuja dotação inicial de 5,7 mil milhões de euros para o período 2021-27 foi aumentada recentemente em dois mil milhões de euros.

Numa altura em que a Ucrânia prepara uma contraofensiva à Rússia, a interrupção destes pagamentos poderia dissuadir alguns países de continuar a fornecer armas ao país.

Até agora, a Hungria nunca tinha bloqueado a utilização deste mecanismo, para o qual também contribui financeiramente, apesar de não fornecer armas e munições à Ucrânia.

O MEAP foi criado em 2021 para apoiar parceiros da UE nas áreas militar e da defesa, com o principal objetivo de prevenir os conflitos, preservar a paz e reforçar a segurança e a estabilidade internacionais.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Caças F-16 para Kyiv? "Essa questão não está em cima da mesa"

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