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Buscas na Câmara de Gaia e do Porto? "Estas coisas são normais"

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, comentou, esta quarta-feira, as buscas da Polícia Judiciária (PJ) nas Câmaras Municipais de Vila Nova de Gaia e do Porto.

Buscas na Câmara de Gaia e do Porto? "Estas coisas são normais"

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, comentou, esta quarta-feira, as buscas da Polícia Judiciária (PJ) nas Câmaras Municipais de Vila Nova de Gaia e do Porto.

Em declarações aos jornalistas, a partir da Praça do Município, no Porto, o autarca recusou comentar as buscas levadas a cabo na terça-feira, no âmbito da 'Operação Babel', afirmando remetendo mais informações para as "autoridades competentes".

Questionado sobre se "ficou surpreendido" com as buscas da PJ e a apreensão de um vereador, Moreira foi taxativo: "Estas coisas são normais. A presença da Polícia Judiciária e da Procuradoria [Geral da República] junto de serviços municipais é uma coisa que acontece com grande frequência. O que não acontece é este aparato, mas de resto acontecem".

O autarca confirmou a detenção de dois funcionários da câmara no âmbito da Operação Babel.

"Sabemos que houve dois funcionários [detidos] que não são dirigentes da câmara, um do urbanismo e outro que está nos julgados de paz. Aparentemente terão sido detidos", disse Rui Moreira.

Moreira adiantou ainda que a autarquia está a trabalhar "ativamente" com a PJ, notando desconhecer que projetos urbanísticos são visados na investigação levada a cabo pela PJ no âmbito da Operação Babel.

A Polícia Judiciária levou ontem a cabo a 'Operação Babel', que culminou na constituição de cinco arguidos e sete detidos. Segundo revelou o Observador, o autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, é um dos arguidos, tendo a autoridade apreendido o seu telemóvel.

Já o vice-presidente do município de Gaia, Patrocínio Azevedo (PS), que tem o pelouro do Planeamento Urbanístico e Política de Solos, Licenciamento Urbanístico, Obras Municipais e Vias Municipais, foi detido por ser "suspeito de receber luvas de mais de 120 mil euros através do seu advogado", também detido, "que faria a ponte com os dois empresários do ramo imobiliário, igualmente detidos", explicou à Lusa outra fonte ligada à investigação.

Os dois empresários detidos são o diretor-executivo e fundador do Grupo Fortera, Elad Dror, e Paulo Malafaia, que já o havia sido no âmbito da 'Operação Vórtex', ao abrigo da qual o ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis se encontra em prisão preventiva.

Foram também detidos dois funcionários da câmara do Porto, um deles chefe de uma divisão da área urbanística e outro com ligações a esta divisão, e um técnico superior da Direção Regional de Cultura do Norte.

A "Operação Babel centra-se na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário", explicou a Polícia Judiciária (PJ), em comunicado.

Durante a operação policial, segundo a PJ, foram efetuadas 55 buscas domiciliárias e não domiciliárias, em várias zonas do território nacional, em autarquias e diversos serviços de natureza pública, bem como a empresas relacionadas com o universo urbanístico.

[Notícia atualizada às 12h01]

Leia Também: Autarca de Gaia é arguido em processo paralelo à Operação Babel

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