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Médicos dizem que vagas têm de ser atrativas para jovens especialistas

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou hoje positiva a abertura de 1.564 vagas para recém-especialistas, mas avisou que deviam ter sido apresentadas medidas que as tornassem atraentes para os jovens médicos.

Médicos dizem que vagas têm de ser atrativas para jovens especialistas
Notícias ao Minuto

18:22 - 21/04/23 por Lusa

País Federação Nacional dos Médicos

Tendo em vista o célere recrutamento e fixação dos médicos que concluíram com aproveitamento a formação especializada na época normal de 2023, que decorreu até ao passado dia 31 de março, a Direção-Executiva do SNS (DE-SNS) anunciou 1.564 vagas para contratação imediata na área hospitalar e 978 para a área de Medicina Geral e Familiar, sendo que neste caso se mantém o regime de procedimento concursal, a ser lançado em breve pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Em declarações à agência Lusa, a presidente da FNAM afirmou que o número de vagas é positivo, assinalando também uma melhoria em relação ao planeamento, ao definir um mapa nacional.

"De qualquer forma, não se compreende como é que deixam de fora algumas especialidades nesta fase, que também são carenciadas, nomeadamente a Anatomia Patológica, a Medicina Física e de Reabilitação, que também são especialidades extremamente carenciadas e são especialidades que muitas vezes são procuradas pelas entidades privadas", disse a líder sindical.

Joana Bordalo e Sá observou também que há "muito poucas" vagas de saúde pública, totalizando 39, tendo em conta o panorama nacional.

Apesar de considerar positivo a abertura de vagas nas várias especialidades, a dirigente sindical defendeu que era preciso terem sido apresentadas medidas para que "estas vagas sejam atraentes".

"Em boa verdade, não há nada de novo para oferecer a estes médicos que acabam a especialidade", disse, observando que um ano depois de terem começado as negociações entre os sindicatos dos médicos e o Governo, as autoridades ainda não têm as grelhas salariais, nem melhores condições de trabalho para oferecer aos jovens especialistas.

Numa Circular Informativa Conjunta, hoje publicada, a DE-SNS e a ACSS referem que, nas especialidades em que os médicos a recrutar correspondam a necessidades permanentes para assegurar o normal funcionamento dos serviços de urgência, os hospitais públicos estão dispensados de autorização para a contratação destes médicos recém-especialistas, uma vez que será "tacitamente emitido o parecer genérico favorável da DE-SNS".

Este regime é aplicado apenas aos médicos que terminam a formação especializada na época de 2023, sendo que, para a contratação de médicos formados em épocas anteriores, mantém-se a necessidade de parecer prévio da DE-SNS, refere o documento.

Para a presidente da FNAM, "não tem lógica" fazer contratações "sem um concurso, seja ele qual for", rematando: "Não nos parece que seja algo correto, nem um processo transparente, de forma alguma".

A DE-SNS refere em comunicado que a abordagem agora adotada permite simplificar e desburocratizar processos, assim como a "distribuição equitativa de especialistas no país e o reforço da autonomia das entidades públicas de natureza empresarial que integram o SNS".

"Esta dimensão permite ainda aumentar a satisfação dos profissionais pela escolha de projetos de vida nas suas áreas de eleição, constituindo um elemento adicional na fixação de profissionais", considera.

Segundo a nota, esta possibilidade assegura ainda "um alinhamento com os perfis específicos que são necessários a cada instituição", lembrando que, face aos anos anteriores, esta medida significa "uma aceleração do processo em cerca de três meses".

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