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AM de Lisboa aprova voto de pesar e repúdio por "ataque criminoso"

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje um voto de pesar e repúdio pelo "ataque criminoso" ao Centro Ismaili, onde um homem matou duas mulheres, e defendeu que não deve ser criado "um alarme social dirigido a qualquer comunidade".

AM de Lisboa aprova voto de pesar e repúdio por "ataque criminoso"
Notícias ao Minuto

16:47 - 28/03/23 por Lusa

País Ataque em Lisboa

"Lisboa sempre foi e continuará a ser uma cidade intercultural, que acolhe diferentes crenças e credos, e essa identidade não pode ser posta em causa. Lisboa foi, é e será sempre uma cidade de paz e tolerância", lê-se no voto de pesar e repúdio, apresentado pela mesa da Assembleia Municipal de Lisboa e aprovado por unanimidade.

No voto, a assembleia defende que "é da maior importância que este ato não desencadeie um alarme social dirigido a qualquer comunidade".

Em causa está o ataque que ocorreu hoje, pelas 11:00, no Centro Ismaili, em Lisboa, realizado por "um homem armado com uma faca de grandes dimensões", que provocou duas vítimas mortais e "diversos feridos", acabando por ser detido pela polícia e conduzido ao hospital por ter ficado ferido, indicou a Polícia de Segurança Pública (PSP), em comunicado.

"A cidade de Lisboa recebeu hoje com choque e consternação a notícia do ataque bárbaro perpetrado no centro Ismaelita, de que resultaram várias vítimas mortais e feridos", refere o voto de pesar e repúdio, indicando que "o agressor foi neutralizado rapidamente pela ação pronta da equipa de Intervenção Rápida da PSP de Lisboa, que assim salvou mais vidas".

Neste âmbito, a assembleia municipal decidiu exprimir o seu pesar pelas vítimas do ataque com um minuto de silêncio, bem como "repudiar e condenar inequivocamente o presente ato criminoso".

No voto, os deputados municipais prestam, "neste momento de dor, toda a solidariedade da cidade de Lisboa à comunidade ismaelita de Lisboa".

A Assembleia Municipal saúda ainda a intervenção das forças e serviços de segurança nacionais, nomeadamente da Unidade Especial da PSP, o Corpo de Intervenção, os bombeiros e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

No mandato 2021-2025, existem 13 grupos municipais que integram este órgão deliberativo da cidade de Lisboa: PS (27 deputados), PSD (17), CDS-PP (sete), PCP (cinco), BE (quatro), IL (três), Chega (três), PEV (dois), PAN (um), Livre (um), PPM (um), MPT (um) e Aliança (um), e dois deputados independentes do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), num total de 75 eleitos.

O presumível autor do ataque de hoje ao Centro Ismaili é de nacionalidade afegã, enquanto as duas mulheres mortas pelo alegado suspeito são de nacionalidade portuguesa, disse à agência Lusa fonte policial.

As vítimas, na casa dos 20 e dos 40 anos, estavam no interior do Centro Ismaili, na Avenida Lusíada, quando um homem entrou no espaço com uma arma branca.

"Os polícias depararam-se com um homem armado com uma faca de grandes dimensões. Foram dadas ordens ao atacante para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão", revelou a PSP, em comunicado, acrescentando que, face a esta "ameaça grave", os agentes dispararam contra o atacante, "atingindo e neutralizando o agressor".

O suspeito do ataque foi transportado ao Hospital de São José (Lisboa), onde está a ser tratado aos ferimentos provocados pela intervenção da PSP.

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse que "tudo leva a crer que se trata de um ato isolado", referindo que o homem suspeito do ataque é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.

Num comunicado enviado à Lusa, o presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, Rahim Firozali, revelou que o ataque ocorreu quando decorriam aulas e outras atividades no Centro Ismaili, mas disse desconhecer as motivações do homem que entrou nas instalações do centro armado com um objeto cortante.

Neste momento, estão a decorrer investigações por parte da Polícia Judiciária.

Fonte do Centro Hospitalar Lisboa Norte confirmou que o Hospital de Santa Maria recebeu na urgência um homem que chegou por meios próprios à unidade. A vítima está "na casa dos 30 anos" e tem "ferimentos ligeiros no peito", após ter sido esfaqueado.

Na nota divulgada ao final da manhã, a PSP apelou à serenidade e tranquilidade dos cidadãos, salientando que foram "mobilizados os efetivos necessários para a implementação das medidas de segurança adequadas e urgentes".

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