Jacques Rodrigues, dono do grupo Impala, foi detido esta quinta-feira suspeito de crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos.
Com ele, sabe o Notícias ao Minuto, foi detido o filho, Jacques Gil Rodrigues, o advogado Natalino Vasconcelos e José Rito, revisor oficial de contas das várias sociedades do Grupo Impala.
O detentor de títulos como 'Nova Gente', 'Maria', 'VIP' ou 'Tv 7 Dias', foi surpreendido durante a manhã pela Polícia Judiciária, em casa, e segundo avança a SIC Notícias, estaria a preparar-se para fugir do país.
No âmbito desta operação policial foram emitidos 32 mandados de busca, nomeadamente, oito buscas domiciliárias e vinte e quatro buscas não domiciliárias. Foram ainda constituídos dez arguidos.
Os funcionários da empresa, apurou ainda o Notícias ao Minuto, ficaram primeiramente sem acesso ao edifício, localizado em Sintra, e depois sem acesso às redes da empresa, cortadas pelas autoridades durante os trabalhos de busca.
Da insolvência à mansão de 7,5 milhões de euros
Há vários meses que Jacques Rodrigues colocou à venda uma casa que detém em Cascais, no lote 49 da Quinta da Marinha.
Apesar das insolvências, é detentor do imóvel, agora à venda no Idealista por 7,5 milhões. A mansão tem quase três mil metros quadrados, sala de cinema, de jogos, mais de 10 casas de banho, ginásio, sauna, jacuzzi, piscina interior e exterior e campo de ténis.
© Reprodução Idealista
Ainda segundo a SIC Notícias, este imóvel também foi alvo de um mandado de busca e apreensão e terá sido esta uma das principais pistas que levaram o Ministério Público a suspeitar de um esquema.
© Reprodução Idealista
Recorde-se que em causa estarão esquemas que envolviam a adulteração de elementos contabilísticos das várias empresas que detém - o dinheiro ocultado e dissipado por forma a não pagar dívidas que tinha, relacionados com os salários dos funcionários.
As dívidas de Jacques Rodrigues, que já tinha declarado insolvência a nível pessoal, são conhecidas já há muitos anos. De acordo com a nota da PJ, "estão reconhecidos créditos no valor de 100 milhões de euros".
Jacques Rodrigues vai ser presente a um juiz no Tribunal de Instrução Criminal de Sintra, para realização do primeiro interrogatório judicial, e, pese embora a idade, arrisca a medida de coação mais gravosa, prisão preventiva.
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