Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
23º
MIN 13º MÁX 24º

MP pede condenação de jovem acusado de homicídio em Torres Vedras

O Ministério Público pediu hoje, durante as alegações finais do julgamento, que o jovem acusado de um homicídio qualificado, em 2022, em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, seja condenado, embora não tenha sugerido uma pena de prisão.

MP pede condenação de jovem acusado de homicídio em Torres Vedras
Notícias ao Minuto

12:57 - 08/03/23 por Lusa

País Ministério Público

O crime aconteceu durante o Carnaval de Torres Vedras, no início da manhã de 26 de fevereiro de 2022, quando o arguido Bruno Romão encontrou a vítima na rua com a ex-namorada.

Na primeira sessão do julgamento, o arguido reconheceu que matou um homem, de 32 anos.

Segundo descreve o Ministério Público (MP) na acusação, o arguido foi movido "por ciúmes infundados e pela sua sede de desacatos", embora Bruno Romão negue essa tese.

Sem apurar as razões do homicídio, "dúvidas não há que houve uma contenda entre arguido e vítima e que, a determinada altura, o senhor Bruno puxou da faca que tinha na sua posse e espetou no peito da vítima", considerou a procuradora do MP.

Na primeira sessão do julgamento, que decorre no Tribunal de Loures, o acusado alegou um "apagão" na memória, visto que estava sob o efeito de álcool e de haxixe.

Ainda assim, a procuradora argumentou hoje que este estado "não é razão para o que quer que seja" e que "quem tem capacidade de tirar uma faca do bolso tem a noção do que está a fazer".

A procuradora lembrou os antecedentes do arguido, condenado por duas vezes por violência doméstica, pelo que "terá de ser condenado", embora não tenha indicado uma pena de prisão.

Já o advogado de defesa criticou uma "falha imperdoável" no processo: "ninguém da Polícia Judiciária e da Polícia de Segurança Pública se lembrou de fazer um teste de álcool e despiste de drogas" ao arguido, realçando também que não foi autorizada uma perícia nesta matéria.

Reconhecendo que Bruno "está arrependido desde a primeira hora", o advogado pediu que a pena não ultrapasse os oito anos e meio de prisão, ao lembrar a idade do jovem (22 anos na altura dos factos), pelo que "merece uma oportunidade" para o futuro, argumentou.

Durante a sessão de hoje, que se realizou ao abrigo de serviços mínimos devido à greve de funcionários judiciais que está a decorrer, foram ouvidas mais três pessoas: um amigo próximo da vítima, assim como uma amiga e a ex-namorada do arguido.

A antiga companheira de Bruno Romão afirmou que conheceu a vítima na noite do crime e que estavam a caminho, durante a manhã do crime, de um bar, mas o arguido, ao ver o homem que viria a morrer, "dirigiu-se a ele com o intuito de lhe dar um murro".

Já depois da confusão entre os dois, que a ex-namorada diz não ter presenciado por ter entrado no bar, saiu do estabelecimento e encontrou a vítima no chão, enquanto outro homem batia no Bruno, contou.

"O Bruno não falava", disse, tendo de seguida deixado o arguido em casa, sem se ter percebido a ocorrência do crime.

Já o amigo próximo do falecido descreveu o arguido como conflituoso e que, quando este chegou ao hospital onde estava a vítima, "gritava pelo seu nome".

"Parecia que não estava a acreditar no que tinha feito", explicou o homem, que não presenciou os factos.

A leitura do acórdão está marcada para 22 de março.

Leia Também: Ex-procurador condenado por corrupção proibido de sair de Portugal

Recomendados para si

;
Campo obrigatório