Baptista Leite recorda "guerreiras" da Ucrânia. E conta história de bebé

Deputado pelo PSD esteve na Ucrânia a ajudar enquanto médico. Esta sexta-feira, na Assembleia da República, recordou este tempo e histórias de mulheres como a cozinheira Oksana e a bebé Milana.

Ricardo Baptista Leite

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Notícias ao Minuto
24/02/2023 16:07 ‧ 24/02/2023 por Notícias ao Minuto

País

Guerra na Ucrânia

Ricardo Baptista Leite, deputado pelo PSD e médico que esteve a servir na Ucrânia, fez uma declaração esta sexta-feira, na Assembleia da República, onde enalteceu as "mulheres guerreiras" do país invadido desde 24 de fevereiro de 2022 - há exatamente um ano. 

"Com o avançar da guerra na Ucrânia fala-se muito dos homens que estão na linha da frente, mas demasiadas vezes fica esquecido o papel das mulheres ucranianas", começou por afirmar, acrescentando que "muitas dessas mulheres foram forçadas a abandonar as suas casas, com os filhos ao colo, para saírem da Ucrânia na desesperante procura de um porto de abrigo". Baptista Leite salientou o papel destas como "refugiadas da guerra". 

"Por outro lado", prosseguiu, "milhões de mulheres optaram por ficar para trás, na Ucrânia, para lutarem contra as forças invasoras russas, incluindo na frente da guerra". "Todas são mulheres guerreiras". 

A história da cozinheira Oksana

Na mesma declaração, no Parlamento, neste dia simbólico, o deputado contou ainda experiências que viveu na Ucrânia, onde, no verão, esteve a servir enquanto médico. "O verão passado, quando me desloquei a Lviv como médico voluntário, tive a oportunidade de conhecer muitas dessas mulheres e de ouvir histórias de tantas outras". 

"Ainda na Polónia, junto à fronteira com a Ucrânia, conheci a Oksana, uma cozinheira voluntária no Centro de Acolhimento de Refugiados de Guerra. Nesse centro, a Oksana conheceu uma criança ucraniana com cinco anos de idade. Esta criança perdeu o pai que morreu na frente da guerra e, pouco depois, perdeu a mãe", recordou Ricardo Baptista Leite. 

"Depois de ter conseguido assegurar a chegada do filho à Polónia", prosseguiu, "a mãe acabou por morrer de um cancro que ficou sem tratamento por causa da guerra". "Foi nesse momento que a humilde cozinheira Oksana decidiu legalmente adotar esta criança órfã."

Milana, sobreviveu, mas por pouco. Quando conheci a bebé, ela pesava 700 gramas e lutava numa incubadora contra uma infeção sistémica grave

Milana, a bebé que sobreviveu "por pouco" em Lviv

Outro dos episódios revelados na Assembleia da República versa sobre Milana, uma bebé de Lviv. Baptista Leite lembrou que, quando chegou ao Hospital Regional de Lviv, lhe pediram para "trabalhar com as colegas nos cuidados intensivos neonatais, dado o aumento brutal de partos prematuros provocados pela guerra". 

Recordando as precárias condições em que se trabalhava nesse 'bunker', o deputado contou que foi neste local que conheceu Anastasia: "Esta mulher guerreira estava grávida de gémeos e, poucos dias depois da minha chegada, com apenas sete meses de gestação, entrou em trabalho de parto". 

"Um bebé morreu, a outra bebé, a Milana, sobreviveu, mas por pouco. Quando conheci a bebé Milana, ela pesava 700 gramas e lutava numa incubadora contra uma infeção sistémica grave. O prognóstico era muito reservado. Duas semanas depois, a Milana já estava com mais de um quilo de peso e fora de perigo", afirmou. 

"Ainda a pude ver no colo da mãe e, hoje, está em casa".

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A guerra causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas (ONU), que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: AO MINUTO: Zelensky faz balanço; "Há que garantir que invasor sai"

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