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Lembra-se de Miguel Relvas interrompido por 'Grândola'? Foi há 10 anos

O protesto ocorreu durante um debate no Clube dos Pensadores, no Porto, onde os manifestantes aproveitaram a entrada livre para interromper Miguel Relvas apenas cinco minutos após o início do seu discurso.

Lembra-se de Miguel Relvas interrompido por 'Grândola'? Foi há 10 anos
Notícias ao Minuto

09:37 - 17/02/23 por Notícias ao Minuto

Política Miguel Relvas

Foi a 18 de fevereiro de 2013 que o social-democrata Miguel Relvas foi interrompido por um grupo de cerca de 20 pessoas, que cantaram ‘Grândola, Vila Morena’, de José Afonso, e exigiram a sua demissão.

Na altura, Relvas assumia o cargo de ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, no governo de Pedro Passos Coelho, e estava sob fogo após ter sido tornado público que não tinha frequentado todas as disciplinas do curso de Ciência Política e Relações Internacionais, da Universidade Lusófona. 

O protesto ocorreu durante um debate no Clube dos Pensadores, no Porto, organizado por Joaquim Jorge, tendo os manifestantes aproveitado a entrada livre para interromper Miguel Relvas apenas cinco minutos após o início do seu discurso.

"25 de Abril sempre! Fascistas nunca mais", "gatunos" e "demissão", foram algumas das frases que se fizeram ouvir, acompanhadas da música ‘Grândola, Vila Morena’. O então ministro ainda tentou abafar os manifestantes, mas acabou por ceder e cantar um pouco da canção.

"Nestas circunstâncias, [estas manifestações] não me desencorajam, não tenho qualquer tipo de preconceito", frisou Miguel Relvas, na altura.

Agora, dez anos depois, o ex-ministro explicou, numa declaração enviada ao Clube dos Pensadores, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, que foi "com gosto" que participou no debate, "apesar da fortíssima pressão mediática que então se fazia sentir sobre o XIX Governo Constitucional".

Miguel Relvas defendeu que, na altura, se estava a governar um país condicionado "pelas imposições da troika", que eram "decorrentes da iminente falência do Estado herdada do anterior governo socialista". 

Disse ainda que aceitou participar no debate com "humildade democrática" porque "era preciso explicar e voltar a explicar quantas vezes fossem necessárias as medidas que estavam a ser tomadas neste contexto de constrangimentos".

"Acredito que a democracia deve ser vivida em proximidade e debate aberto com os cidadãos. Fi-lo também em nome da liberdade e foi exatamente assim que encarei o momento em que algumas pessoas começaram a cantar a ‘Grândola, Vila Morena’", explicou, acrescentando que trauteou também a canção porque sentiu a "mesma liberdade dos que interromperam um debate democrático".

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