O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, reagiu, esta sexta-feira, à polémica que envolve a nomeação do companheiro da secretária de Estado da Proteção Civil Patrícia Gaspar. "Os órgãos autárquicos poderão explicar a razão da escolha de uma pessoa que, aliás, eu não conheço, mas que pude ler - pela comunicação social - que tem um percurso ligado à Proteção Civil".

"Portanto, é um assunto que devem colocar à Câmara Municipal, porque não é uma matéria da responsabilidade do Ministério da Administração Interna", advogou ainda o governante.

José Luís Carneiro vincou ainda que "vivemos um tempo que comporta uma grande necessidade que é a de sabermos parar para refletir e ponderar sobre o que dizemos e sobre o que fazemos no espaço público", porque o que "estamos a falar é da confiança dos cidadãos nas instituições democráticas e na Democracia". 

Tenho por hábito confiar na palavra das pessoas. Confio naquilo que me foi dito pela senhora Secretária de Estado

"Quando a senhora secretária de Estado da Proteção Civil me deu conta que tinha sido interpelada por um órgão de comunicação social para explicar essa situação, eu perguntei-lhe se algum dia tinha conversado com o senhor presidente da Câmara sobre essa situação. Ela disse-me que não", revelou também o ministro. 

E acrescentou: "Tenho por hábito confiar na palavra das pessoas. Confio naquilo que me foi dito pela senhora Secretária de Estado sobre aquilo que tem a ver com a vida íntima. Não é matéria que diga respeito ao Ministro da Administração Interna nem deva dizer respeito a outros que não aos próprios". 

De recordar que a Câmara Municipal do Barreiro garantiu, na quinta-feira, dia 12 de janeiro, durante uma sessão ordinária da Assembleia Municipal, que o novo coordenador da Proteção Civil do município, Rui Laranjeira, tem as competências necessárias para desempenhar o cargo.

O esclarecimento da autarquia surge depois de a revista Sábado ter revelado que Rui Laranjeira, namorado da secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, foi nomeado em dezembro, pelo presidente da autarquia, Frederico Rosa, para o cargo e que recebe uma remuneração "equiparada ao de dirigente intermédio de 1.º grau" quando, cinco meses antes, o mesmo cargo tinha uma remuneração inferior correspondente a dirigente intermédio de 3.º grau.

[Notícia atualizada às 13h23]

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