Cunha Telles. Presidente do parlamento da Madeira destaca "herança"
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira manifestou hoje pesar pela morte do produtor e realizador António Cunha Telles, destacando que deixa uma "herança valiosíssima que ficará para sempre na história do cinema e da televisão".
© Global Imagens
País Cunha Telles
"O seu legado cinéfilo, construído através da produção, realização, distribuição e exibição de filmes, marcou várias gerações e é uma herança valiosíssima que ficará para sempre na história do cinema e da televisão, que importa preservar", escreve José Manuel Rodrigues na nota de pesar hoje divulgada.
O produtor e realizador António da Cunha Telles, nascido em 1935 na Madeira, morreu na quarta-feira aos 87 anos.
O presidente do parlamento madeirense realça que, "natural do Funchal, António da Cunha Telles foi um dos responsáveis pela introdução do designado Cinema Novo em Portugal, colocando o país em linha com a modernidade cinematográfica, na década iniciada em 1960".
Também o grupo parlamentar do PSD/Madeira entregou na Assembleia da Madeira um voto de pesar pela morte, "enaltecendo o seu contributo para a história do cinema em Portugal".
Recorda que era Cunha Telles era filho de um advogado português e de uma cantora lírica dinamarquesa, tendo-se estreado, ainda na adolescência, na região, começando a fazer o documentário "Chamo-me António da Cunha Telles".
No voto, menciona que "passou pela medicina, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e estudou realização no Institut d'Hautes Études Cinematographique, em Paris, onde frequentava as sessões diárias da Cinemateca Francesa e se cruzou com Paulo Rocha. Seria dele o primeiro filme por si realizado -- "Os Verdes Anos".
"Depois desse primeiro filme, produziu e realizou tantos outros que personificariam o Cinema Novo português. Fundou, com dinheiro de uma herança familiar, a Produções Cunha Telles, produtora que esteve por trás desses seus filmes primeiros", salienta.
Ainda refere que "Cunha Telles foi responsável pela criação do curso universitário de Cinema Experimental", tendo-se estreado nos anos 70, nas longas-metragens de ficção com "O Cerco", que viria a ser apresentado, no ano de lançamento, em Cannes".
Este filme, "em terras lusas, foi mesmo o primeiro grande sucesso do Cinema Novo, esgotando todas as sessões durante os primeiros três meses de exibição", é salientado no documento que será votado em plenário do parlamento insular
O PSD/Madeira complementa que o "Belle Epoque - A Bela Época", de Fernando Trueba, de que Cunha Telles foi produtor associado não creditado, chegou a ser vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro para a Espanha.
Agraciado em 2018 pela Presidência da República com o grau de Grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique, António Cunha Telles "deixa um filme praticamente concluído -- "Cherchez La Femme" -- que contou com o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual.
De acordo com a família, o velório está marcado para hoje, a partir das 17:00, na Basílica da Estrela, em Lisboa, e o funeral decorrerá no sábado, às 14:00, para o cemitério da Ajuda, também na capital.
Leia Também: Cunha Telles. Funeral no sábado a partir da Basílica da Estrela em Lisboa
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com