O presidente do Conselho Administrativo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Carlos Alberto Silva, reconheceu, esta terça-feira, em entrevista à SIC Notícias, que o número de doentes que entraram na Urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, com critério de internamento era superior às camas disponíveis, o que levou a que fossem registadas imagens de uma fila de macas nos corredores.
De acordo com o médico, na segunda-feira, havia 60 pessoas a aguardar internamento.
O problema, segundo o responsável, tem duas explicações. O hospital tem, neste momento, 21 camas ocupadas com casos sociais, um número "elevado e inédito" e, por outro, o Padre Américo está a crescer.
"Temos novas especialidades, mais médicos e por isso há cada vez mais doentes a serem tratados no Hospital de Penafiel e que não são transferidos para outro hospital. São situações que, no passado, eram transferidas para o Porto e agora ficam cá", revelou Carlos Alberto Silva.
A administração espera resolver a situação no próximo ano, com a abertura de mais 50 camas de internamento. Enquanto isso não acontece, o Hospital de Penafiel terá de transferir doentes para outras unidades e o cenário das macas nos corredores poderá acontecer mais vezes.
Já quanto às imagens divulgadas pelo Jornal de Notícias, onde aparecem crianças deitadas no corredor das urgências pediátricas, a direção garante que se tratou de uma "situação absolutamente excecional".
"Terá sido uma situação absolutamente excecional porque a área da pediatria é uma área em que não temos dificuldades. Temos camas disponíveis, temos lugar para sentar para toda a gente. Portanto, terá sido, uma situação excecional durante algum período. Durante a manhã houve de facto um tempo de espera um bocadinho maior, de umas horas", descreveu Carlos Alberto Silva.
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