A mulher que acusou o padre João Cândido da Silva de a violar está a ser ouvida, desde as 10 horas desta quarta-feira, na sede da Polícia Judiciária, em Lisboa, avança a CNN Portugal. Os inspetores tentam atestar a veracidade do depoimento.
A vítima, 'Maria' - nome fictício - e o alegado agressor, João Cândido da Silva, eram amigos de longa data, reencontraram-se numa confissão e iniciaram um caso amoroso. O homem, capelão do hospital de Alcoitão, terá depois violado a mulher, que apresentou queixa na GNR e teve de ser assistida no hospital.
Segundo contou a vítima, viúva, em declarações à CNN Portugal, o caso entre ambos iniciou-se quando se foi confessar, no final do ano passado. "Fui para me confessar. Confessei-me, mas nesse dia, quando me estava a confessar, ele tirou a estola e disse: isto não é uma confissão, somos amigos. Vou esquecer que isto é uma confissão. A conversa prolongou-se e ficámos até à meia noite na conversa. Naquele momento não estava a ser padre ou algo parecido", disse.
Os encontros terão ocorrido na Capela da Ressurreição, em Cascais, e tido lugar entre finais do ano passado e inícios de 2022.
Patriarcado "afasta padre" suspeito "de todas as funções"
O Patriarcado de Lisboa indicou, através de um comunicado publicado no site oficial e datado desta segunda-feira, dia 1 de agosto, que "afastou o padre" suspeito de violação "de todas as funções".
Na nota, o Patriarcado sublinhou que "recebeu uma denúncia relativa a um possível crime de violação praticado por um sacerdote diocesano" e que o caso, "que não se enquadra no âmbito da Comissão de Proteção de Menores, foi comunicado às autoridades civis competentes".
"Ouvida a vítima e o sacerdote", o Patriarcado de Lisboa "decidiu dar início aos procedimentos canónicos previstos para este tipo de casos e afastou o padre de todas as suas funções até ao apuramento dos factos".
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