"Como vivemos temos desafiantes e incertos, não sabemos até que ponto a guerra pode escalar, acho importante aproximarmos os nossos jovens e sociedade civil destes temas para que possam estar mais ligados não só aos valores da NATO e aos valores de Portugal, mas também ao papel das nossas Forças Armadas que têm sempre um papel muito importante na nossa diplomacia e nas missões internacionais", defendeu Manuel Matos dos Santos.
Questionado pela agência Lusa sobre formas de atrair os jovens para temas relacionados com as Forças Armadas, o presidente da AJPA propôs uma eventual inclusão em programas curriculares dos temas normalmente abordados no Dia da Defesa Nacional.
"O local adequado para transmitir aos nossos jovens tudo o que se refere as Forças Armadas é a escola. Deveria ser repensado o currículo dos estudantes para que possam ter maior conhecimento das Forças Armadas, dos desafios, do papel geopolítico de Portugal, da NATO, o que é a NATO, o que representa", explicou.
Cerca de 40 jovens provenientes de 14 países-membros da NATO juntaram-se esta semana na Academia da Força Aérea, em Sintra, no 25º 'Portuguese Atlantic Youth Seminar' (PAYS) para debater os desafios atuais da segurança internacional, com a guerra na Ucrânia a preocupar uma geração do mundo ocidental que nasceu e cresceu em paz.
"Vejo muitos jovens preocupados com o futuro. Nós felizmente não conhecemos a guerra, nunca a vivemos ao vivo e a cores e de repente quando acordámos no dia 24 de fevereiro [início da guerra na Ucrânia], no eclodir da guerra, somos confrontados com este novo contexto muito mais desafiante, perigoso e até imprevisível", afirmou Manuel Matos dos Santos.
Manuel Matos dos Santos, com 26 anos, refere que a denominada 'geração Z' [nascidos nos finais dos anos 90 do século passado e primeira década dos anos 2000) cresceu no mundo ocidental e continente europeu "em paz durante toda a vida mas, de facto, a segurança não é de todo um dado adquirido".
"E essa é a principal mensagem que nós passamos aqui: é que a NATO é a única garantia da nossa segurança, o único garante do nosso bem-estar", defendeu.
A Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico é a "ala jovem" da Comissão Portuguesa do Atlântico, organização apoiada pelos ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, fundada em 1960 e que tem como objetivo promover os valores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
O programa deste seminário contou com debates e intervenções de políticos, militares ou académicos, entre eles o antigo ministro da Defesa e vice primeiro-ministro, Paulo Portas, o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, ou o professor da Universidade de Lisboa e antigo deputado do PS, Vitalino Canas.
O balanço, continua o presidente dos 'jovens da NATO', é "bastante positivo" depois de uma semana dominada por temas como a "China, a União Europeia e terrorismo", além da guerra na Ucrânia.
"O nosso papel aqui foi aprofundar a missão dissuasora da NATO e transmitir aos jovens portugueses, que no fundo são os futuros gestores e governantes deste país, não só a importância de uma Aliança forte, como também a necessidade de reforçar o investimento na área da Defesa", salientou.
O 25º 'Portuguese Atlantic Youth Seminar' (PAYS) termina hoje com uma sessão de encerramento presidida pela ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras.
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