O médico intensivista Gustavo Carona analisou, esta segunda-feira, a questão do caos no Serviço Nacional de Saúde com particular foco no encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia e considerou que "problema de obstetrícia com a contratação externa dos tarefeiros é falta de cultura de grupo, falta de serviço, falta de espírito de equipa".
À SIC Notícias, Carona apontou que se "as pessoas são externas e só lá vão trabalhar algumas horas não se sentem comprometidas com aquele que é o objetivo comum" e isso acaba por prejudicar o SNS.
O intensivista deu ainda a sua opinião acerca do fecho das urgências obstetrícia apontando que o problema não é de agora e em 2019 já se noticiava o mesmo problema.
"Acho inadmissível que uma urgência de obstetrícia feche, desconheço as decisões dos colegas em questão e a sua escolha por tomarem férias no dia x, y, ou z, mas para mim, enquanto intensivista, acho inconcebível que se feche um serviço de cuidados intensivos independentemente da altura do ano, a não ser que seja um caso de força maior e inesperada, o que não é o caso porque em 2019 isto já aconteceu", opinou.
Ainda esta tarde, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também frisou que o problema do caos na saúde que se evidenciou na última semana com o fecho de várias urgências de obstetrícia - e ginecologia - não é algo de agora, mas sim um problema antigo.
Marcelo apontou que é tempo de refletir sobre o SNS para resolver o "problema estrutural" que existe e descartou a demissão da ministra da saúde, Marta Temido, por considerar que esta é uma questão que não tem a ver com o último governo nem com anteriores.
Leia Também: Marcelo diz que SNS "é problema estrutural" e descarta demissão de Temido