Um recluso, de 40 anos, que se encontra a oito meses de cumprir 20 anos de cadeia, agrediu na passada quinta-feira e sexta-feira, dias 26 e 27 de maio, quatro guardas e uma enfermeira no Estabelecimento Prisional de Olhão.
De acordo com fonte da cadeia de Olhão e da direção do Sindicato Nacional dos Guardas Prisionais, o preso agrediu dois guardas e a enfermeira de serviço no dia 26, tendo o auto de notícia sido feito pelas 18h00 do mesmo dia.
Apesar da agressão, o homem em causa não sofreu consequências imediatas e no dia seguinte, 27 de maio, voltou a agredir outros dois guardas e a mesma enfermeira de serviço "porque queria medicação para as dores".
Segundo a direção do Sindicato dos Guardas Prisionais disse ao Notícias ao Minuto, foi feita nova participação do comportamento do agressor, porém, apenas no sábado, dia 28, o mesmo ficou em isolamento como medida cautelar, mas, no mesmo dia, voltou ao regime normal.
O Sindicato dos Guardas Prisionais confirma ainda que o agressor em causa já esteve cinco vezes na cadeia de Monsanto, o que significa que se trata de um caso violento.
Refira-se que, no último mês, sete guardas foram agredidos por reclusos. O Sindicato dos Guardas Prisionais volta a apontar a falta de meios para estas situações que, com mais funcionários, poderiam ser evitáveis.
Fonte da direção do Sindicato afirma ao Notícias ao Minuto que, devido à inércia na direção do Estabelecimento Prisional de Olhão, "os guardas já nem querem participar dos presos, nem internamente nem judicialmente", visto que "nunca nenhum preso é castigado" nem é usada a "cela disciplinar".
"Zona de quarentena lotada"
Fonte da cadeia de Olhão queixa-se ainda de "outra situação grave" relativamente aos casos de Covid-19 no Estabelecimento Prisional, nomeadamente, com a falta de isolamento dos casos positivos.
Desde dia 16 de maio que o número de infetados com o vírus disparou após vários presos se terem queixado de dores de cabeça e corpo.
Após testes de Covid, constatou-se que havia um surto na cadeia e, segundo acusa a mesma fonte, não foi feito o devido isolamento, o que desencadeou o aumento de casos.
"Estamos com a zona de quarentena lotada", afirmou a mesma fonte.
Dos 70 reclusos, há 25 casos positivos de Covid-19 e sete em isolamento.
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