Lusófona e Escola Superior de Saúde negam abandono escolar tão elevado

Na passada sexta-feira foram divulgados dados sobre os cursos ministrados pela instituições de ensino superior portuguesas e um dos quadros procurava mostrar a percentagem de alunos que tinha desistido de estudar.

Edifício da Universidade Lusófona

© João Carvalho/Creative Commons

Lusa
30/06/2025 10:09 ‧ há 5 horas por Lusa

País

Taxa de abandono escolar

As escolas de dois cursos de mestrado, da Universidade Lusófona e da Escola Superior de Saúde de Santa Maria, garantem que as suas taxa de abandono são muito inferiores às divulgadas pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

 

Na passada sexta-feira foram divulgados dados sobre os cursos ministrados pela instituições de ensino superior portuguesas e um dos quadros procurava mostrar a percentagem de alunos que tinha desistido de estudar.

Os números revelam um aumento de abandono escolar nacional e apresentam onze cursos em que não tinha sido "encontrado no ensino superior" nenhum dos caloiros do ano letivo de 2021/2022 ou do seguinte, uma análise que exclui os "inscritos em programas de mobilidade internacional de crédito".

Um dos cursos deste grupo é o de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica (MESIP), na Escola Superior de Saúde de Santa Maria, no Porto, mas a direção da escola garantiu à Lusa que a "informação não corresponde à realidade".

"Entre os anos letivos de 2021/2022 a 2023/2024, o MESIP registou um total de 68 estudantes matriculados, dos quais apenas quatro desistiram. Esta taxa de desistência representa menos de 6% do total, um valor substancialmente inferior ao reportado", afirmou Goreti Marques, do Conselho de Direção.

Questionado pela Lusa, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) afirma que os dados da DGEEC para este mestrado "estão de acordo com os valores reportados e validados pelo próprio estabelecimento no inquérito RAIDES".

Também a Universidade Lusófona contestou os números sobre um dos seus cursos, que aparece na base de dados da DGEEC como "Realização para Cinema Documental" com 100% de abandono.

A universidade explica que o curso corresponde ao Mestrado Erasmus Mundus "DocNomads -- Documentary Film Directing", um programa internacional organizado por três instituições de ensino superior europeias, com mobilidade obrigatória, "tendo cada semestre uma instituição de acolhimento diferente", e por isso os "estudantes estão formalmente inscritos em todos os semestres, incluindo os lecionados na Universidade Lusófona".

"Por se tratar de um curso totalmente ministrado em língua inglesa, foi necessário registar o mesmo mestrado em duas versões distintas na plataforma académica nacional -- uma versão em inglês (ativa e com diplomados) e uma versão técnica em português (sem diplomados), exigida por razões administrativas. A informação estatística citada no artigo refere-se exclusivamente à versão portuguesa do registo, que, por não ser utilizada pelos estudantes, apresenta ausência de diplomados", explica a instituição.

A Universidade Lusófona garante que não reflete "qualquer abandono real, nem a situação efetiva do curso, que continua ativo, com elevado grau de internacionalização e reconhecimento europeu".

A Lusa questionou também o ministério da Educação sobre esta situação, mas ainda não obteve qualquer resposta.

Há vários anos que a DGEEC analisa a evolução dos alunos no ensino superior e para perceber a percentagem de desistências, contabiliza o número de caloiros e vai ver onde andam passado um ano: Se permanecem no mesmo curso, se mudaram de curso ou se já não foram encontrados no ensino superior.

Os dados divulgados na sexta-feira mostram que, um ano após a primeira inscrição, a maioria dos alunos continua no mesmo curso, mas são cada vez mais os que desistem.

Os cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP) são os que levantam mais preocupações, com 28,1% dos matriculados a abandonarem os estudos no primeiro ano (um aumento de 1,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior).

Também há mais pessoas a desistir dos mestrados de 2.º ciclo, com 15,% dos novos alunos a não se inscreverem no ano seguinte, e nas licenciaturas a taxa de abandono foi de 11,2% (mais 0,1 ponto percentual).

Apenas os mestrados integrados registaram uma ligeira diminuição de desistências, passando de 3,6% para 3,1%.

Leia Também: Há 11 cursos do Ensino Superior de onde desistiram todos os alunos

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