A jovem, de 17 anos, que na última semana ficou em prisão preventiva por agredir a ex-namorada, também menor de idade, em Algés, era "consumidora diária de bebidas alcoólicas e estupefacientes" e tinha pressionado a vítima para "praticarem atos de natureza sexual", um dia antes de ser detida, segundo revela uma nota da Procuradoria da República da Comarca de Lisboa Oeste, esta segunda-feira divulgada.
De recordar que a jovem foi detida pela Polícia de Segurança Pública (PSP), no dia 23 de junho, depois de agredir a ex-namorada, junto a um restaurante, após tentar "forçadamente reatar o relacionamento", sem sucesso.
Segundo a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa Oeste, "resultou fortemente indiciado que a arguida e a ofendida, de 16 anos, mantiveram uma relação de namoro durante cerca de um ano e meio, entre junho de 2023 e janeiro de 2025".
"A arguida é consumidora diária de bebidas alcoólicas e estupefacientes, encontrando-se frequentemente embriagada e sob o efeito de drogas, o que altera o seu comportamento e a torna agressiva", revela ainda.
Assim, durante o relacionamento de namoro, a arguida "constantemente discutia com a vítima na rua e nos locais onde se encontravam, insultava-a e ameaçava-a provocando um permanente receio na vítima".
Foi em janeiro, "após um largo período de pressão e ameaças da arguida", que a vítima terminou a relação e "iniciou uma relação de namoro com um rapaz".
"A arguida não aceitando a situação, ameaçava a vítima, dizendo-lhe, inclusive, que ia matar a sua mãe" e "chegou mesmo a agredir a ofendida em diversas ocasiões, com empurrões e pontapés".
Já em junho deste ano, antes de ser detida, a jovem "pressionou" a vítima para "praticarem atos de natureza sexual", o que esta recusou. Perante isso, "a arguida começou a insultá-la aos gritos".
No dia seguinte, acabaria por ocorrer a situação que levou à sua detenção. Segundo a Procuradoria, a vítima estava "acompanhada por uma amiga" quando foi agredida com "uma cabeçada na cara". Atingiu-a "na boca e no nariz e mordeu-a no pescoço".
"A ofendida caiu desamparada no chão, tendo conseguido pedir ajuda a pessoas que passavam, que chamaram a PSP", refere.
A jovem, recorde-se, foi presente a primeiro interrogatório judicial, a 24 de junho, ficando em prisão preventiva.
O Inquérito corre termos no DIAP do Núcleo de Oeiras.
De realçar que a PSP tem vindo a alertar para a necessidade de vítimas e testemunhas manterem a disponibilidade de denúncia das situações de violência doméstica, sublinhando que todas as situações sinalizadas são alvo de avaliação de risco, de modo a serem adotadas com brevidade as medidas de segurança e de proteção da vítima, para cada caso em concreto.
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