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"Neste momento, a Ucrânia é bem capaz de ganhar a guerra"

De acordo com especialista militar, "os últimos dias não têm sido felizes para a Rússia como um todo".

"Neste momento, a Ucrânia é bem capaz de ganhar a guerra"
Notícias ao Minuto

13:34 - 16/05/22 por Notícias ao Minuto

País Guerra na Ucrânia

"Neste momento, a manter-se a atual situação, a Ucrânia é bem capaz de ganhar a guerra." A afirmação é proferida por Isidro Pereira, major-general que já foi representante militar na NATO, numa análise feita, esta segunda-feira, na CNN Portugal.

De acordo com o especialista militar, "os últimos dias não têm sido felizes para a Rússia como um todo" e isso leva-o a acreditar que o país invasor da Ucrânia "começa a perder a guerra nas diversas frentes". 

Analisando o atual momento, em que o exército de Putin foi repelido pelas forças ucranianas de Kharkiv, Isidro Pereira aponta as diversas frentes em que os russos começam a ser derrotados. 

Na frente política e diplomática, "a provável entrada da Suécia e da Finlândia na NATO" é, no entender do especialista, uma derrota. A Rússia está, também, a perder a guerra "na frente informacional porque o próprio grande aliado de Putin, Lukashenko, terá dito que as operações não estão a decorrer conforme estavam planeadas e a ofensiva russa não está ter o sucesso que deveria". 

Relativamente ao campo económico, "a grande reserva de milhares de milhões de euros ou dólares que estaria reservada para este esforço de guerra já estará largamente excedida", sublinha acrescentando que "fruto das sanções económicas, pensa-se que a própria Rússia começará a ter grandes dificuldades em substituir quer material quer homens que vai perdendo no campo de batalha" e isso poderá "ser uma janela de oportunidade" para os ucranianos. 

Contestação social russa? "Pode acontecer"

O general defende que não é possível, nos dias de hoje, manter um povo "opaco" à informação exterior e, por isso, "é possível que parte da população russa esteja a ter acesso à informação e aos factos tal qual como se apresentam ao Ocidente".

Como tal, a contestação social na Rússia é possível. O especialista acredita que “pode acontecer [contestação do povo russo] à medida que o povo russo começa a ter noção que lhes são pedidos sacrifícios fora daquilo que é normal e que alguns bens essenciais começam a escassear na Rússia”.

O que resta à Rússia e a "janela de oportunidade" ucraniana 

O major-general detalha que, atualmente, "as forças russas podem estar a culminar no campo de batalha. Isto quer dizer que estarão a perder a capacidade de continuar com a sua ofensiva". Perante isto, resta receberem reforços para manterem ofensiva, mas, frisa Isidro Pereira, "isso leva tempo", ou remeterem-se a uma posição defensiva.

"O problema é que as se as forças russas se remetem a uma posição defensiva é mais difícil para as forças ucranianas poderem combatê-las", explicou. 

A força ucraniana reside agora na liderança. "Ao que parece, o general que terá comandado as forças ucranianas na libertação de Kyiv é o mesmo general que está em Kharkiv, portanto, deve-se também à capacidade de liderança dos militares ucranianos e à formação que têm tido nas forças ocidentais", explicou. 

Isidro Pereira indica que a janela de oportunidade agora aberta poderá permitir às forças ucranianas "que levem a cabo uma ofensiva em maior escala ou, pelo menos, explorarem o sucesso que tiveram em Kharkiv" de forma a "levar a cabo operações de intervenção". 

"A não ser que sejam introduzidos novos elementos no campo de batalha por parte da Rússia” , a "Ucrânia é bem capaz de ganhar a guerra", conclui.

Leia Também: Ucrânia diz ter repelido a incursão russa na região de Sumy

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